São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 1995 |
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Falta de material causou morte de bebês
AURELIANO BIANCARELLI
"O hospital não estava com seu estoque completo", disse Ana Maria Malik, responsável pelos hospitais estaduais da Grande São Paulo. Segundo ela, alguns fornecedores não estão sendo pagos há quatro meses. O salários baixos e atrasados estão provocando grande evasão de funcionários. Ana Maria disse acreditar que em dez dias o berçário será reaberto. "Até lá saberemos o que houve e teremos tomado as providências", disse. O berçário do Ipiranga é considerado de referência para partos de alto risco. Nos primeiros 22 dias de fevereiro, o número de óbitos —que costuma ser de dois por mês— aumentou em cinco vezes. No início do mês o berçário foi fechado e o hospital passou a investigar as causas das mortes. A secretaria também investiga denúncia do Sindicato dos Médicos sobre a existência de um termo de responsabilidade que as gestantes seriam obrigadas a assinar. Nesse documento, elas se diziam cientes de que o berçário sofria um surto de infecção e que, caso seus bebês necessitassem da UTI, a responsabilidade seria delas. "Há indícios de que isso ocorreu de fato, mas teria sido ato isolado de algum plantonista", disse Jorge Senise, diretor da divisão médica do Ipiranga. O Conselho Regional de Medicina abriu ontem um procedimento para investigar as mortes e averiguar o comportamento dos médicos. Texto Anterior: Homem pula de caminhão para fugir de roubo Próximo Texto: Teste que utiliza saliva mostra em três minutos se mulher está fértil Índice |
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