São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 1995
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Oposição diz que 200 foram mortos em presídio na capital da Argélia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cerca de 200 pessoas podem ter sido mortas pela polícia argelina na repressão a uma rebelião ocorrida anteontem na penitenciária de Serkjadi, nos arredores de Argel, a capital do país.
A acusação foi feita ontem em Washington por membros exilados da FIS (Frente Islâmica da Salvação), grupo de radicais islâmicos que luta contra o governo.
Segundo Anwar Haddam, da FIS, mais de 200 pessoas foram mortas em um massacre deliberado de prisioneiros políticos. A FIS pediu ontem a criação de uma comissão de investigação.
As autoridades divulgaram ontem o número oficial de mortos. Totalizaria 100 pessoas, 96 das quais seriam prisioneiros.
Segundo o governo, 81 mortos seriam radicais islâmicos e outros 15, criminosos comuns.
Dentre os mortos, poderia estar Lembarek Bumarafi, o suposto assassino do presidente Mohamed Budiaf, em 1992.
Os presos estavam tentando realizar uma fuga em massa do presídio. Eles tomaram sete policiais como reféns e quatro deles acabaram sendo degolados.
O EIS (Exército Islâmico de Salvação), braço armado da FIS, ameaçou realizar ações violentas nos últimos dias do Ramadã, o mês sagrado muçulmano.
A França decidiu ontem fechar temporariamente seus consulados nas cidades argelinas de Orã e Annaba por razões de segurança.
Cerca de 30 mil pessoas já podem ter morrido na guerra civil argelina desde 1992. O governo já admite 10 mil mortos.

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