São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995
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Pepsi investe e tira mercado da Coca

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Pepsi-Cola está comemorando o crescimento de 64% de suas vendas de 1º de dezembro até anteontem em relação ao mesmo período do ano passado. O motivo, segundo a empresa, foi a forte campanha de marketing iniciada no final do ano passado.
Nas regiões-alvo da Pepsi (Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul) o aumento de consumo foi de 94%.
A diretoria da Pepsi viveu momentos de euforia ontem com a informação de que a pesquisa feita pela Nielsen mostrava ganho de mercado da marca que até novembro era de 7,5%.
Outra pesquisa, feita pelo Ibope e pela CBPA (Companhia Brasileira de Pesquisa e Análise) confirma, para a Pepsi, os dados preliminares da Nielsen. A pesquisa mostra que 74% das pessoas pesquisadas lembram da marca Pepsi, contra 24% no ano passado.
A pesquisa mostra também que 15% dos entrevistados bebem Pepsi preferencialmente (em detrimento de outras marcas), contra 5% em 94. O número de pessoas que beberam Pepsi nas últimas quatro semanas é de 53% dos entrevistados, contra 18% no ano passado.
Se forem analisados os dados de Porto Alegre (região tradicional para a Pepsi), os resultados são melhores: 94% de respostas espontâneas de lembrança da marca, 82% consumiram o refrigerante nas últimas quatro semanas e 33% o consomem regularmente.

Campanha
A campanha de marketing da "nova" Pepsi (é a mesma fórmula antiga com um estabilizador que faz com que o sabor de cola fique diferente) está custando US$ 100 milhões à empresa.
Para conseguir crescimento de participação no mercado a Pepsi teve que importar da Argentina e dos EUA cerca de 30% de sua produção. Em janeiro o presidente da empresa no Brasil, Gianni Pieraccioni, dizia que estava vendendo três vezes mais do que em novembro de 1994.
Entre as ações de marketing estão o patrocínio do Botafogo (com a marca Seven Up) e a contratação do piloto Rubens Barrichello como garoto-propaganda.
A Pepsi conseguiu também tirar a Coca-Cola do Sambódromo e transformou-se no "refrigerante do Carnaval" do Rio. A Pepsi terá na avenida um camarote para convidados, com Barrichello e o artilheiro do Botafogo, Túlio, como principais atrações.
Na "guerra das colas", como se convencionou chamar a disputa pelo mercado, a Pepsi usou como mote de propaganda a opção pela mudança, já que a Coca é a líder com cerca de 90% (até novembro) do mercado de sabor cola.
Um dirigível com a marca Pepsi foi outra inovação. Funcionando como um out-door no céu, foi usado em vários eventos, inclusive na festa de passagem do ano em Copacabana, quando o cantor Rod Stewart (patrocinado pela empresa) foi a principal atração.

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