São Paulo, sábado, 25 de fevereiro de 1995 |
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Marcas paulistas atacam o Rio no inverno
ERIKA PALOMINO
A Forum prepara para o lançamento até 10 de abril de agressiva campanha de marketing que in clui, além de roupas inspiradas no Rio dos anos 40 e 50, livro-catálogo com personalidades da vida carioca em locações conhecidas na cidade. A venda do material e o cachê dos convidados serão revertidos à Fundação Viva Rio. Por sua vez, a Zoomp anuncia megadesfile dentro da Semana Leslie-Helena Rubinstein, o principal evento de lançamentos do calendário carioca, dia 4 de abril. "Eu sou carioca", defende-se Tufi Duek, 40, proprietário da Forum (13 anos de existência, 32 franquias espalhadas pelo Brasil, dez lojas próprias em São Paulo, em 350 pontos de venda). Depois da explicação sentimental é que Duek anuncia a entrada da Forum no mercado norte-americano. Fica mais fácil ser bem-aceito no exterior com imagem associada à cidade que é o cartão-postal do Brasil, garante. Daqui por diante as marcas registradas da Forum deverão ser uma bandeira brasileira —na etiqueta— e um mapa do Brasil —nas roupas. A coleção de inverno chega às lojas no fim de março. "É um caminho natural em direção aos grandes centros", Renato Kherlakian, 44, explica em relação à sua Zoomp, 20 anos de existência, 58 franquias em todo o país, dez lojas próprias, XX no Rio e XX em São Paulo. A Zoomp faz esse desfile no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro e outro em Belo Horizonte. Em São Paulo não. Na coleção de inverno da marca, que chega às lojas no mesmo dia do desfile (4 de abril), nenhuma menção a carioquices, entretanto. "A outra coleção, de verão, marcava a abertura da Forum nessa proposta", explica Duek os looks inspirados na cultura popular brasileira que chacoalharam o mercado. "A idéia é chegar até a latinidade", completa. Para tanto, entre os 440 itens deste inverno que celebra o retrô-jovem, Duek incluiu estampas com o personagem Amigo da Onça (sensacional, na gravata), com cartões-postais do Rio e t-shirts com referências ao jogo do bicho e a "clássicos" como a Cinelândia, o Cassino da Urca e a Copacabana. O desenho das calçadas da avenida Atlântica são tema de vestidos, cardigãs e t-shirts. O desafio da Zoomp parece maior, à primeira vista. Trata-se de convencer a juventude dourada do Rio a usar muito tecido sintético e looks urbanos, com cores associadas às "roupas de paulista" de que os cariocas tanto debocham —preto, marrom e marinho. Dois caminhos diferentes. Que só vão chegar à prova daqui a alguns meses. Mais provavelmente depois da liquidação de inverno. Texto Anterior: Estilista cria com glamour e cor Índice |
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