São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995 |
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Exagerado, mas atual, necessário
NELSON DE SÁ Há um exagero nos ossos, no sangue, na mise-en-scène de "O Livro de Jó". A começar da escolha de um hospital como palco, a começar do nome da companhia, Vertigem, que obriga atores e o coro a malabarismos nas janelas e em cena, o espetáculo despende um esforço quase físico, esforço que faz falta, quando de exigências maiores, por exemplo, na interpretação. Mas basta entrar o verbo, basta entrar a poesia sobre Jó, que os exageros se dissolvem. Uma passagem em especial detona a emoção deste "O Livro de Jó". É na discussão de Jó com o primeiro dos amigos que vêm falar com ele sobre Deus. É uma atriz que, enfim, responde, reage ao intérprete de Jó. É quando se torna evidente a atualidade da narrativa bíblica sobre a provação de um homem bom, nestes tempos de Aids. Mais do que a atualidade, talvez a necessidade.O Livro de Jó. Adaptação de Luís Alberto de Abreu do texto bíblico do "Antigo Testamento", direção de Antônio Araújo, com a Cia. Teatro da Vertigem. Hospital Umberto Primo. Alameda Rio Claro, 190, Cerqueira César, região central. Tel. 289-1664. Quinta a sábado: 21h. Domingo: 20h. Ingressos: R$ 12 Texto Anterior: RPG para lutar contra o mal Próximo Texto: "Pulp Fiction" é imperdível Índice |
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