São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Gerenciamento eficiente melhora lucros

DEBORAH DE OLIVEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Na tentativa de uma organização inovadora, micro e pequenas empresas seguem os passos das grandes e procuram novas formas de gerenciamento e um maior comprometimento com clientes.
Com isso, planejar a empresa, treinar seus funcionários, adotar uma administração contábil eficiente, além de uma boa estratégia de marketing, são alguns dos pontos básicos para se tornar competitivo no mercado interno.
Adotar um programa de Qualidade Total é uma das ferramentas para conseguir a excelência dos processos produtivos dentro da empresa.
Outro é a reengenharia, onde antigos processos e a posição da empresa são revistos —idéias que estão sendo cada vez mais difundidas por empresários e consultores.
"A reengenharia tem como base o questionamento dos modelos tradicionais de gestão. Força a empresa a repensar e reavaliar conceitos antigos para quebrar paradigmas anteriores", afirma Rogério Brecha, 32, diretor de consultoria de gestão da Ernst & Young.
O objetivo, segundo ele, seria inovar em termos de mercado e administração, tomando como princípio um bom relacionamento com seus fornecedores.
Para ele, as micro e pequenas empresas têm a seu favor a sensibilidade de perceber mudanças no mercado. São capazes de se adequar mais rapidamente e encontrar um novo "foco de atuação".
A capitalização e uma boa estratégia de marketing são também, segundo Brecha, pontos primordiais que devem ser levados em conta pelas pequenas empresas.
Uma propaganda sustentada é também a opinião de Sílvio A. dos Santos, 43, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, responsável pelo programa de criação e desenvolvimento de micro e pequenas empresas.
Outra estratégia é adotar um indicador de produtividade, diz Heitor Rangel, 36, gerente de qualidade e produtividade do ISO 9.000 da consultoria Ernst & Young.
Na sua opinião, os indicadores auxiliam na análise do desempenho de produtividade e mostram onde estão os problemas.
Outro meio de ação é a gestão participativa —onde os funcionários opinam sobre as mudanças que vão ocorrer na empresa.
O sucesso na administração ocorre, na maioria das vezes, porque todo o planejamento não deixa de priorizar o treinamento e a informação dos funcionários.
Essa é também a opinião de Cláudio Kõrber, 41, sócio-diretor da Restart Assessoria em Recursos Humanos. Para ele, a nova gestão deve envolver uma "determinação política", atribuindo poder de decisão aos funcionários.
"O estilo participativo estimula uma melhora na qualidade de vida e uma mudança de mentalidade na gestão empresarial, fazendo com que a empresa passe a definir seus objetivos", diz ele.
Francisco Starke Rodrigues, 35, diretor da área de Qualidade Total da Trevisan Consultores e Auditores, acredita que quanto menor a empresa maior deve ser a gestão participativa —uma das normas do projeto ISO 9.000.
"Elas devem se ater a um maior desenvolvimento organizacional, aos baixos custos e ao enxugamento de níveis hierárquicos."

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