São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Só ilusão

FÁBIO SORMANI

A notícia mais importante da semana que se passou foi a permanência de Scottie Pippen no Chicago Bulls.
Não que com isso o ex-time de Michael Jordan vá ressurgir das cinzas rumo ao quarto campeonato da NBA.
Nada disso. O Bulls, mesmo contando com um dos três melhores jogadores de basquete do planeta, não reúne forças e não tem chances de ser campeão.
Pippen, desmotivado, não levará o Chicago a lugar nenhum. Motivo é combustível indispensável para qualquer time que almeje o título da liga.
E era isso o que podia acontecer se Scottie tivesse mudado de ares. Fosse ele para o Phoenix Suns, como se cogitou na época do "All-Star Weekend", duas semanas atrás, e o Suns, que surgem como um dos mais fortes candidatos ao título, seria, na minha opinião, o favorito disparado.
Como conter um time com Scottie Pippen e Charles Barkley?
Isso, todavia, não aconteceu. No dia 23 passado, a NBA fechou as portas para as possíveis negociações e Pippen ficou.
Mas isso é apenas temporário. O vice-presidente do Chicago, Jerry Krause, o responsável pela ira de Pippen e a mola propulsora para arremessá-lo para fora da "Windy City", declarou que Pippen fica, mas só até o final da temporada 94/95.
"Pippen é um excelente jogador e não podemos fazer qualquer negócio. Precisamos obter vantagens na transação", disse Krause.
Entenda-se por vantagem obter um jogador de nível e um bom "draft".
O negócio mais provável é o seguinte: Pippen deve ir para o New Jersey Nets; em troca, o Bulls recebe o ala/pivô Derrick Coleman, primeiro "draft" de 1991, e ainda um primeiro "draft" do Nets.
"Aprecio muito o jogo de Coleman. Ele cairia muito bem no Chicago", disse o técnico Phil Jackson, semana passada. E emendou: "Scottie é uma pessoa excepcional e merece ter seu sonho realizado".
Ou seja: Pippen quer sair de Chicago e obteve sinal verde de Phil Jackson também.
Nada mais segura Scottie em Chicago. Nem mesmo a lembrança dos três títulos conquistados na época em que ele formava uma dupla espetacular com Michael Jordan. Nem mesmo a presença do velho amigo, que o levou para o "Dream Team" original, medalha de ouro em Barcelona-92.
Pippen faz planos para o futuro. Como toda pessoa inteligente.

Texto Anterior: Amanhã é o dia de voltar à grande bola
Próximo Texto: Veteranos querem jogar na Olimpíada de Atlanta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.