São Paulo, terça-feira, 28 de fevereiro de 1995
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'Amadorismo' deu domínio a comunistas

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O interesse da Confederação Brasileira de Futebol pelos Jogos Olímpicos é recente.
Até a queda do comunismo no Leste Europeu (1989-91), praticamente só os times dessa região disputavam os primeiros lugares nessa competição.
Isso se devia à proibição, imposta pelo Comitê Olímpico Internacional, da participação de profissionais em Olimpíada.
Até os anos 60, essa proibição se apliacava, na prática, apenas para o futebol. Outros esportes, como basquete, vôlei e atletismo, mantinham —e mantêm— um amadorismo de fachada —o velocista Carl Lewis (EUA) ganha US$ 30 mil por apresentação.
Mas nem todos os países eram afetados com essa proibição. No então bloco comunista, o esporte era, por lei, amador, embora os atletas tivessem até mais regalias do que na maioria dos países capitalistas.
Em 1989, caíram os governos comunistas no Leste Europeu e o lobby para manter os profissionais fora da Olimpíada.
O COI passou então a defender que no futebol os países enviassem suas seleções principais aos Jogos. A Fifa se opôs, para não "fazer uma Copa de Mundo de dois em dois anos", como disse o secretário-geral Joseph Blatter.
Em 1992, quase não houve futebol nos Jogos. Para a Olimpíada de Atlanta, a Fifa cedeu e os países podem usar profissionais. A restrição é de idade. No máximo, três podem ter mais de 23 anos.
Diante da nova situação, a CBF iniciou um planejamento inédito para tentar ganhar o único título mundial que falta ao futebol brasileiro.
(MD)

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