São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995 |
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Governo decide trocar cargos por votos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA DA AGÊNCIA FOLHA O Palácio do Planalto decidiu trocar os cargos de segundo e terceiros escalões por votos no Congresso durante o processo de reforma da Constituição.O preenchimento das vagas, segundo apurou a Folha, será feito à medida que os parlamentares forem votando as propostas de emendas constitucionais. Além de valorizar a "mercadoria" junto aos partidos, o Planalto avalia que os cargos estão hoje preenchidos por políticos ou técnicos indicados no governo Itamar Franco e não precisam, necessariamente, ser trocados. No entanto, mesmo com a decisão da Presidência da República em adequar o calendário para preencher as vagas ao cronograma de votações da reforma constitucional, já pode-se verificar uma disputa nervosa na base governista para fazer vingar indicações (veja quadro ao lado). A diretoria geral da Itaipu Binacional (empresa estatal do setor energético) e a presidência da Telepar (Telecomunicações do Paraná) são os cargos mais visados pelos políticos do Paraná. A disputa maior é por Itaipu. Há candidatos ligados ao chefe da Casa Civil da Presidência, Clóvis Carvalho), ao PMDB e ao PSDB. Na Telepar (Telecomunicações do Paraná), o ministro da Agricultura, José Eduardo Andrade Vieira, deve emplacar um de seus afilhados políticos. Um dos nomes citados ligados a Vieira é o do empresário Ricardo Beltrão Almeida, filho do empreiteiro Cecílio do Rego Almeida. Em Minas Gerais, os políticos que apóiam FHC já decidiram fechar questão em torno de uma reivindicação: a presidência da CVRD (Companhia Vale do Rio Doce) deve ficar para o Estado. O PP quer indicar Hélio Costa, candidato derrotado ao governo do Estado, para presidir a Embratel. A bancada federal de Mato Grosso do Sul (oito deputados e três senadores) decidiu negociar nos próximos dias as indicações aos 22 cargos federais no Estado. Os senadores do Rio Grande do Norte, Geraldo Melo (PSDB) e José Agripino (PFL), foram indicados pela bancada do Estado para comandar o processo de escolha dos candidatos a preencher 42 cargos em 19 órgãos federais. Em Pernambuco, das 20 indicações possíveis para órgãos do governo federal, a mais cobiçada e que provoca maior disputa é a direção do Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca). O deputado Inocêncio Oliveira (PFL) e o senador Carlos Wilson (PSDB) reivindicam a vaga. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), procura influir para nomear os presidentes do Basa (Banco da Amazônia S.A.) e da Eletronorte. O comando da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) deverá ser mantido com o general Nílton Rodrigues, nomeado pelo então presidente Itamar Franco. Segundo o deputado federal José Jorge (PFL-PE), o ministro do Planejamento, José Serra, disse que o trabalho do general "é eficiente" e deve ser mantido. Texto Anterior: Regiões Sul e Sudeste temem ficar reféns do resto do país Próximo Texto: Aposentadoria de professor divide governo Índice |
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