São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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CPI do Apito pode ser reinstaurada ainda este mês

ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Apito pode ser reinstaurada dentro de alguns dias, disse Sérgio Cabral Filho (PSDB), presidente da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro).
Em 93, Cabral Filho propôs uma CPI para investigar denúncias feitas pelos árbitros da Ferj (Federação de Futebol do Rio) Cláudio Cerdeira e Cláudio Garcia.
Eles acusavam o presidente da Comissão de Arbitragem da Ferj, Wágner Canazarro, de manipular resultados no campeonato.
A Justiça do Rio embargou a CPI no ano passado e decidirá, nos próximos dias, se o Poder Legislativo tem poderes para investigar a Ferj e reinstaurar a CPI.
"O Órgão Especial do Tribunal de Justiça deve votar a validade da CPI", disse Cabral Filho.
"Há a possibilidade, inclusive, de o PSDB propor a instauração de uma outra CPI para investigar a gestão do esporte no Rio", disse.
Cabral Filho aponta três fatos recentes que justificam "uma investigação ampla" sobre o futebol no Estado: a intervenção do governador Marcello Alencar na Suderj (Superintendência de Esportes do Rio), as denúncias de evasão de renda feitas pelo presidente do Flamengo, Kléber Leite, e a suspensão da juíza Cláudia Guedes.
Guedes foi suspensa pelo atual presidente da Comissão de Arbitragem, Áulio Nazareno, por declarações que fez após Olaria x São Cristóvão, em 15 de fevereiro.
Ela disse ter sido afastada em 94 por endossar as denúncias de Cerdeira e Garcia.
Nazareno disse que as declarações foram "ofensivas" e a suspendeu por tempo indeterminado.
Nazareno e Canazarro fazem parte do grupo político de Eduardo Vianna, presidente da Ferj.
Vianna envolveu-se em outro escândalo em 94. No Brasileiro, a CBF enviava três bolas para cada jogo disputado no Rio de Janeiro.
Segundo funcionários da Ferj, Vianna desviava uma bola por jogo e as utilizava na campanha eleitoral do vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda, deputado federal. Vianna negou as acusações.

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