São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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Monique Evans bota a libido na rua!

JOSÉ SIMÃO
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Tirando o Nordeste, a Monique Evans foi a única que se lembrou que era Carnaval. Bomba! Bomba! UTI do Samba! Passei um Carnaval de paulista: comi uma pizza Hut e não tô passando muito bem.
E ainda saí no Bloco da Rainha Margot. Tive que disputar a fita a tapas nas videolocadoras. E diz que a semana do Truffaut na Cinemateca tava mais animada que o camarote da Brahma. Rarará! E com que cara eu vou dizer pra vocês que o Carnaval tava animado se o mais fotografado foi o Antonio Ermírio de Moraes? A cara-símbolo do Carnaval 95! Deu bode no samba!
E o Silvio Santos, que apareceu de gravata e camisa de colarinho? Deu expediente no sambódromo. Devia ter ganho o prêmio Evandro Castro Lima do Sírio Libanês, luxo masculino. E a peruada se matando pra transformar a camiseta da Brahma em algo original e aí vem o Roberto Carlos e entra todo em jeans.
Aliás, devido à animação do local, só faltou estender a faixa "o discreto charme da burguesia". Rarará! E os craques da bola fizeram mais sucesso que as boludas. Ofuscaram as peladonas! Edmundo fez mais sucesso que a Isadora Ribeiro. Aliás, fez mais sucesso que o Romário. E o Viola não saiu em mais escolas por falta de escolas!
E a Monique Evans foi a única que se lembrou que era Carnaval. A sambada do sambódromo salvou o Carnaval. Pelo menos o dela. Deve ter se divertido à beça na avenida. Saiu como porta-bandeira encapetada: chacoalhou as melancias pra galera, passou a mão na bunda do mestre-sala e ainda beijou o dito cujo na boca. E saiu ovacionada pelos gritos de "maravilhosa"! Escandalizando a velha-guarda. Foi chamada de libidinosa! É Carnaval ou Semana Santa? Semana Santa! Rarará!
E adorei a declaração dela: "Beijei o mestre-sala sim, mas foi ele que pôs a língua". Isso que é entrosamento de porta-bandeira com mestre-sala: ela entra com a boca e ele com a língua.
Tucanaram o Carnaval! Só de protesto vou passar o Carnaval em Cuba. Quero ver Cuba lançar! Rarará!

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