São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
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Curadores elogiam brasileiros

KATIA CANTON
DA ENVIADA A JOHANNESBURGO

O Brasil abriu o circuito das festas na 1ª Bienal Internacional de Johannesburgo no galpão do "Eletric Workshop", arrancando elogios de curadores e artistas pela "animação" e qualidade dos trabalhos de Dudi Maia Rosa, Adriana Varejão e Marcos Benjamim (o último foi comparado por alguns ao escultor norte-americano Martin Purywear, vencedor da penúltima Bienal de São Paulo).
Aparentemente, trata-se de uma Bienal como as outras. Mas, sediada na capital econômica da África do Sul, esta assume contornos políticos que a diferenciam do que acontece em outros países.
A idéia da Bienal em Johannesburgo surgiu em outubro de 93, quando o então presidente De Klerk ensaiava uma nova política cultural para a África do Sul pós-apartheid. A proposta de trocas artísticas foi a resposta a um longo período de sanções político-econômicas.
Com a vitória do CNA (Congresso Nacional Africano), a Bienal tem hoje sua importância política redobrada. Ela toma corpo como o grande evento da chamada "nova ordem mundial". Também pretende redefinir o conceito de arte contemporânea, até então talhado a partir da história ocidental e branca, incluindo a produção africana e asiática nas mostras internacionais.
(KC)

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