São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Sanguinetti assume e promete reformas
WILLIAM FRANÇA
No final de seu discurso de posse, feito de improviso e que demorou 37 minutos, Sanguinetti aproveitou a presença dos presidentes do Peru e Equador para cobrar deles uma atitude em busca da paz. Foi o principal momento da cerimônia, que gerou uma longa sessão de aplausos —inclusive dos dois presidentes citados. Espero que estes dois chefes de Estado demonstrem a mesma coragem dos que derramaram sangue na luta pela soberania e cheguem logo ao caminho da paz, disse o presidente uruguaio, logo após receber a faixa. A glória do soldado é a vitória da guerra, a glória do estadista é a paz, completou o presidente. Reformas O advogado, intelectual e jornalista Sanguinetti assumiu pela segunda vez o país, por voto direto —foi presidente entre 1985 e 1990. Ficará no poder até o ano 2000 e tem pela frente uma situação considerada inusitada: apesar de ser do Partido Colorado, tem o apoio do Partido Nacional, adversários desde a década de 40. Sanguinetti quer que os partidos políticos se reorganizem, através de uma lei específica. Ele classifica de patológica a atual situação de fragmentação partidária vivida pelo Uruguai. Na área educacional, há um ousado plano com 40 metas, entre elas educação obrigatória pré-escolar para crianças de três a cinco anos. Na previdência, a meta de Sanguinetti é a criação de um sistema misto de fundo estatal e da iniciativa privada. Como um dos idealizadores do Mercosul, Sanguinetti anunciou que dará prioridade à integração do Cone Sul. Disse que o Uruguai não pode se diferenciar pela quantidade, já que é pequeno —tem apenas 3 milhões de habitantes—, mas sim pela qualidade e especialização. (WF) Texto Anterior: Cessar-fogo é respeitado nos Andes, afirma FHC Próximo Texto: Montevidéu reforça a segurança da posse Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |