São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
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Mito, fantasia e fascínio atravessam décadas

SIMONE GALIB
DA REPORTAGEM LOCAL

"Lá vem ela num sorriso lindo...". A frase celebrizada na voz romântica de Dick Farney reverenciava o mito da beleza a bordo, a presença feminina para suavizar o vôo e espantar o medo do avião.
Mas muitas vozes antes de Farney fizeram o mesmo. As chamadas aeromoças —hoje o termo politicamente correto é comissária de bordo— sempre foram alvo de atenções e homenagens.
Segundo os registros da época, a chegada das aeromoças —"stewardess" em ingLês— às nuvens teria ocorrido em 1931, quando Ellen Church, jovem norte-americana, achou que seria vantajoso utilizar o serviço das mulheres em benefício dos passageiros.
Ellen vendeu a idéia a uma empresa aérea. No verão de 31, as primeiras sete mulheres selecionadas por ela estrearam a bordo de um avião que decolou de San Francisco para Chicago.
Nesse vôo experimental, as mulheres deveriam conversar com os passageiros, mostrar as paisagens sobrevoadas, informar sobre os lugares mais pitorescos da rota e ajudar no que fosse necessário.
Foi um sucesso. Os passageiros conversaram muito, pediram informações. Outros, mais entusiasmados, escreveram cartas para as companhias aéreas e jornais elogiando a iniciativa. Passados três meses, surgia a profissão.
Depois, os homens foram incorporados à carreira, que no decorrer das décadas conquistou importância e maior rigor técnico.
Apesar da presença masculina a bordo, as comissárias sempre foram o alvo predileto das fantasias. Em plena década de 80 —precisamente em 1984— a polêmica sobre a profissão voltou à tona quando a revista "Playboy" publicou a reportagem "Onde pousam as aeromoças", mostrando os hotéis onde elas se hospedavam e suas "aventuras". A categoria esperneou, mas a pilha de revistas da livraria Laselva do aeroporto de Congonhas sumiu em poucas horas.

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