São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995 |
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Programa resgata cultura do Pantanal
LUCIANA VEIT
O que se fez foi tentar reproduzir uma comitiva dentro da área de 53 mil hectares, levando o gado de um refúgio a outro. Isso porque seria difícil controlar a situação e manter um certo conforto numa comitiva de verdade. O empresário Roberto Klabin, proprietário da Caiman, aposta no sucesso do programa. "Cada vez mais as empresas ou grupos de amigos se unem para fazer algo aventureiro. O desconforto acaba unindo as pessoas", diz ele. Klabin conta que a transformação da fazenda em um complexo turístico melhorou as condições ambientais e de preservação. A caça de onça, a queimada indiscriminada e pesca foram proibidas. O resultado foi o aumento do número e da diversidade de animais. Outro lado da proposta é estimular um contato entre o turista e a população local. Além de envolver os habitantes da região em projetos de conservação. Conviver e aprender os costumes dos peões, por exemplo, é uma maneira de valorizar sua cultura. O turismo também melhorou as condições de vida locais ao construir estradas e levar luz elétrica para lugares antes só alcançados a cavalo. Essa troca de culturas já é bem-sucedida internamente. O refúgio conta com uma equipe de guias, os "caimaners", formados em ciências naturais, que na sua maioria vem de São Paulo. Vários deles se referem aos trabalhadores da fazenda como parte da família. É o caso de Lucila Maria Barbosa Egydio, 26, que começou como guia e hoje é gerente de manutenção e governança. "Uma senhora pediu para que eu trouxesse meu umbigo para ela enterrar aqui. Assim eu nunca deixaria o Pantanal", diz Lucila. Texto Anterior: PAPO DE PEÃO Próximo Texto: Hóspede pode ser itinerante Índice |
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