São Paulo, sábado, 4 de março de 1995
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Senador do PT apresenta dossiê contra presidente do Dataprev

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Dataprev (Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social), Ruy Lourenço Martins, nomeou como assessor um ex-diretor que move processo contra a estatal.
Humberto Aidamus, que agora foi recontratado, foi diretor administrativo da Dataprev em 1992 e move um processo trabalhista contra a empresa que atinge o valor de R$ 200 mil. Aidamus já ganhou em primeira instância.
Só com os processos já perdidos (em alguns casos ainda cabe recurso) a empresa vai desembolsar R$ 8 mlhões. Seu orçamento mensal é de R$ 25 milhões.

Denúncia
A contratação desse funcionário foi denunciada ontem pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) em discurso no plenário do Senado.
O senador petista exibiu ainda duas auditorias internas na lista de supostas irregularidades na gestão de Ruy Martins.
Ruy Martins ocupou a presidência da Dataprev em 92, durante a gestão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, ficando no cargo até 1993.

Stephanes
Na época, Reinhold Stephanes também ocupava o posto de ministro da Previdência, em substituição a Antônio Rogério Magri. Ontem, Stephanes não quis comentar o assunto (leia reportagem a respeito nesta página).
Segundo o senador Suplicy, uma inspeção do Ministério da Previdência, realizada em 1993, encontrou irregularidades na administração de Martins.
Entre as irregularidades apontadas pelo senador petista, estão contratos sem licitação com a empresa de informática Unysis e a compra sem licitação de 30 short-breaks (aparelhos que estabilizam a energia elétrica que entra em computadores) no valor de US$ 37 mil.
O levantamento também indicou que uma empresa venceu licitação apresentando uma rede de assistência técnica inexistente. Ela não foi punida.
Teria havido ainda assinatura de contratos retroativos com empresas que venceram licitação para serviços de limpeza e assistência técnica.
Segundo Suplicy, Ruy Martins também nomeou como assessor um funcionário demitido por justa causa na gestão anterior, Humberto Guimarães.
Ele teve de deixar a empresa no dia 12 de dezembro, depois que uma sindicância o responsabilizou por compra de leitoras de fitas magnéticas incompatíveis com os equipamentos a que se destinavam.
Suplicy disse ter ouvido de quatro funcionários da Dataprev que Humberto Guimarães comparece diariamente ao gabinete da presidência da empresa, onde presta assessoria.

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