São Paulo, sábado, 4 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FMI socorre Argentina com US$ 420 mi

SONIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

A Argentina chegou ontem a um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) que lhe dará acesso imediato a crédito de US$ 420 milhões.
O acerto com o FMI tem o objetivo de resgatar a credibilidade do mercado internacional no programa de estabilização do país.
Depois de atacar o receituário do FMI, o ministro da Economia, Domingo Cavallo, disse, no início da noite de ontem, que o organismo colocou US$ 420 milhões à disposição do país.
Cavallo foi obrigado a se acertar com o FMI por causa da má acolhida que o pacote fiscal, anunciado na última segunda-feira, teve junto ao mercado financeiro.
Na manhã de ontem, o secretário da Fazenda, Ricardo Gutiérrez, chegou a dar entrevista afirmando que a Argentina não iria buscar créditos junto ao Fundo.
Reação
Depois de uma semana em queda, a Bolsa de Valores de Buenos Aires reagiu ao acerto com o FMI. O pregão de ontem começou registrando uma baixa de 8,6% e fechou com alta de 5,74%.
A Bolsa de Buenos Aires vinha acumulando quedas na semana. Na segunda-feira a baixa foi de 5,24%; na terça de 1,26%; na quarta, 5,49% e na quinta, 7,56%.
O sistema financeiro também refletiu o acerto com o Fundo. Depois das taxas interbancárias alcançarem, no final da manhã, a marca de 70% ao ano nas operações interbancárias realizadas por instituições de segunda linha, despencaram para 30% ao ano no final da tarde.
Na prática, os US$ 420 milhões correspondem a última parcela de crédito de US$ 1,2 bilhão acertado há mais de um ano com o FMI.
Em setembro de 94, por não poder cumprir as metas de superávit nas contas públicas definidas com o Fundo, Cavallo não pôde sacar igual parcela de US$ 420 milhões.
Ação dos EUA
O acerto com o FMI teve a ação do governo norte-americano. O secretário-adjunto de Estado para Assuntos Latino-americanos, Alexander Watson, reuniu-se na última quinta-feira, em Buenos Aires, com o presidente Carlos Menem.
Watson e Menem discutiram mecanismos que poderiam reduzir a desconfiança dos investidores internacionais na Argentina.

Texto Anterior: Construção civil lidera contratação
Próximo Texto: Bancos podem ajudar Alto Paraná
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.