São Paulo, sábado, 4 de março de 1995
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Sete homens e um destino

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

O faroeste começa amanhã. Com sete brasileiros listados no elenco da superprodução. Devem defender a honra de uma gente miserável, que sofre na mão de bandoleiros e fascínoras.
No filme, que batiza a coluna de hoje, quatro dos sete pistoleiros morrem na batalha final. Dos que sobram, um abandona a carreira por causa de uma "chica" e outros dois, os mais bacanas, continuam suas vidas sem rumo.
Para completar a brincadeira, tudo isso embalado por um tema musical que se tornaria, mais tarde, a trilha sonora dos comercias dos cigarros Marlboro.
A mídia brasileira, inclusive esta Folha, ficou mais atenta à Indy. Não é para menos.
Com sete pilotos representando o país, o português deveria se tornar a segunda língua nos "pits" e nas "garages".
Mas dois lances foram fundamentais para que o interesse se voltasse ao Novo Mundo. A ida de Christian Fittipaldi e o envolvimento da TV de Silvio Santos.
E a F-1? Como fica nessa história toda? Para os afoitos, deve perecer no país de Ayrton Senna, caso Rubens Barrichello não brilhe logo nas primeiras corridas.
Mas esta hipótese não considera que algo parecido aconteça na Indy. Se a Penske repetir o desempenho do ano passado, leia-se ganhar tudo, apenas para Emerson haverá espaço.
E para quem acompanha a coisa, o time do brasileiro e de Al Unser Jr. tem tudo para comer a concorrência.
Aos outros seis restariam papéis coadjuvantes, fato que já aconteceu em anos anteriores.
É opinião deste repórter, já declarada neste espaço, que a Indy não tem nada a ver com a F-1, a não ser pelo fato de ser uma disputa de bólidos.
Para aumentar esta impressão, a divulgação, até a temporada de 94, da categoria no Brasil era calcada na comparação com a F-1 —com aquelas papagaiadas de maior competitividade e emoção.
De qualquer forma, uma cobertura jornalística mais intensa deverá esclarecer melhor o público, o que é positivo para a categoria, pois suas sutilezas serão melhor interpretadas e as comparações feitas só quando pertinentes.
Do outro lado, os responsáveis pela F-1 no Brasil estão rezando para que Barrichello e a Jordan confirmem na temporada o que vem acontecendo nos treinos.
Pura bobagem. Ainda é muito cedo para determinar que filme dará mais bilheteria.

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