São Paulo, segunda-feira, 6 de março de 1995
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Socorro do FMI pode chegar até US$ 2 bi

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O ministro da Economia, Domingo Cavallo, afirma que, a Argentina pode contar com um empréstimo emergencial de até US$ 2 bilhões do FMI (Fundo Monetário Internacional), caso haja dificuldades no balanço de pagamentos.
O retorno ao FMI, na última sexta-feira, permitirá que o país tenha acesso a US$ 500 milhões do Banco Mundial para linhas de crédito ao setor privado. As empresas argentinas encontram dificuldades para obter financiamento pela falta de dinheiro nos bancos.
Um dos principais problemas da Argentina atualmente é o déficit no balanço de pagamentos. De acordo com informações do governo, ele chegaria a US$ 7,5 bilhões. Já o mercado financeiro avalia que o déficit não seria inferior a US$ 10 bilhões.
O balanço de pagamento registra todo tipo de operação realizada por residentes de um país com residentes dos demais países, incluindo importações e exportações, entrada e saída de capital.
Cauteloso, Cavallo acena com a possibilidade de o país utilizar neste ano os US$ 2 bilhões, mas nega a existência atual de problemas no balanço de pagamentos.
A volta ao FMI, na última sexta-feira, tem o objetivo de tentar resgatar a confiança no programa de estabilização e facilitar a obtenção de financiamento junto a organismos multilaterais como o Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Até início de abril, o FMI desembolsará US$ 420 milhões para colaborar com o pagamento de encargos da dívida externa, no valor de US$ 1,7 bilhão, que vencem no primeiro trimestre.
Na última terça-feira, o Banco Central cancelou leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTNs) por causa da exigência do mercado em aceitar apenas papéis com taxas de juros de 20% ao mês.
A colocação de LTNs seria para arrecadar recursos para pagar os encargos da dívida.

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