São Paulo, segunda-feira, 6 de março de 1995
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Presidente de conselho quer julgamento amplo

ROGÉRIO SIMÕES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A morte do assaltante Cristiano Moura Mesquita de Melo pelo PM Flávio Carneiro prova que os crimes da polícia têm de ser julgados fora da esfera estritamente militar, segundo Edmundo Oliveira, presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
"Há uma grande impunidade e aquele PM precisa ser julgado não apenas pela sua corporação, mas por representantes de toda a sociedade", disse Oliveira à Folha.
Ele defende que o Brasil adote o exemplo dinamarquês, em que os crimes da polícia são julgados por um júri que "mescla gente da corporação e civis".
O deputado Hélio Bicudo (PT-SP) é autor de um projeto que retira totalmente o julgamento desses crimes da Justiça militar.
Na opinião do presidente do CNPCP, "nenhuma polícia hoje tem condições de exercer a cidadania e a PM continua a polícia de D. João 6., continua sendo a polícia do prende e solta. É preciso vincular o exercício de polícia ao Ministério Público", afirmou.

Inglaterra
As imagens da morte do assaltante por um PM do Rio foram exibidas ontem à noite no Reino Unido pela rede de televisão Sky.
O assunto foi uma das três manchetes do noticiário das 21h da Sky News, que transmite por satélite também para outros países da Europa. O apresentador Christopher Morris disse que imagens da Rede Globo mostravam que o ladrão havia sido atingido "nas costas, enquanto outros três policiais o seguravam".
Em seguida, Morris disse aos espectadores: "Vocês podem achar algumas destas imagens pertubadoras". Enquanto as imagens eram exibidas, o locutor dizia que polícia havia alegado que o assaltante havia sacado uma arma.

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