São Paulo, segunda-feira, 6 de março de 1995
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Barings é vendido para o ING Bank

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

Administradores do banco britânico Barings anunciaram ontem à noite a sua venda para o grupo holandês ING (Internationale Nederlanden Group).
O negócio foi confirmado com a divulgação de um comunicado do ING e da Ernst & Young, que administra o Barings desde a sua falência, na semana passada.
Segundo o acordo, o grupo holandês fornecerá 660 milhões de libras (US$ 1,07 bilhão) à vista para que o banco possa retomar suas atividades no mercado. O nome Barings deverá ser mantido.
O valor nominal da compra, estimado dias atrás em apenas uma libra (US$ 1,63), não foi confirmado. Segundo diretores do banco britânico, o ING teria se comprometido a manter os 4.000 empregados da instituição.
O comunicado divulgado ontem diz que o negócio envolve a compra de "substancialmente todos os negócios, ativo e obrigações do grupo Barings, incluindo as operações do Barings Brother & Co. Bank, Barings Securities e Barings Asset Management".
A venda ainda tem que ser aprovada pelos bancos centrais britânico e holandês e pela Corte Suprema britânica.
A confirmação do negócio veio depois de um fim-de-semana de muita especulação sobre o futuro do Barings. Por causa da demora no anúncio da compra pelo ING, o também holandês ABN Amro era visto até a noite de ontem como um possível comprador.
São cada vez maiores as suspeitas de que diretores do Barings participaram ou foram displicentes diante das operações de Nick Leeson, em Cingapura, que levaram à falência do banco.
No sábado, autoridades de Cingapura disseram que diretores do banco foram avisados, três anos atrás, do alto risco que as atividades de Leeson representavam.
Ontem, o jornal "The Sunday Telegraph" informou que a sede do Barings, em Londres, teria enviado 800 milhões de libras (US$ 1,3 bilhão) para Nick Leeson, semanas antes do colapso do banco.
O operador continua preso em Frankfurt, onde espera pelo resultado do processo de extradição, solicitada por Cingapura.

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