São Paulo, segunda-feira, 6 de março de 1995 |
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Futebol brasileiro é fábrica de craques
NANDO REIS; MARCELO FROMER
Gostaríamos de agradecer os que têm enviado cartas colaborando para encontrarmos mais idéias estúpidas que não aquelas de autoria da FPF. Os verdadeiros amantes do futebol não vêem a menor necessidade de mudanças tão pitorescas que acabam por violentar o esporte sem a mínima funcionalidade. Foi com muito prazer que recebemos hoje um fax de Dalmo Pessoa, em que ele insiste na tese de que nada de tão drástico precisa ser feito para a manutenção do sucesso de tão nobre arte. Um pouco menos de burrice e ganância e talvez obtenhamos melhores resultados ainda com este jogo tradicional. Mas chega de chorar pitangas. A explosão de novos craques e a confirmação de alguns talentos adormecidos nos fazem crer que estamos atravessando o melhor momento do futebol brasileiro nos últimos anos. Sim, porque até alguns craques que ainda não haviam explodido definitivamente parece que agora querem se firmar neste período pós tetra, como é o caso do Túlio. O sucesso obtido com a conquista do tetra parece ter redimensionado a verdadeira importância do nosso futebol no cenário mundial e nacional. Alguns estão retornando e outros deslumbraram a real chance de se firmarem na seleção. Além do audacioso Túlio, há uma série de outros nomes dignos de ressalva. Djalminha, apesar de gênio forte, é de uma habilidade incomum e tem o privilégio de ser o melhor cobrador de pênaltis do Brasil. Juninho do São Paulo já é uma grande e positiva realidade, o Palmeiras, além de Edmundo, o terrível em todos os aspectos, tem o leão Roberto Carlos, o outro Carlos, o Antonio, e também o já estabilizado e insistente Rivaldo. Souza e Sávio são no momento os dois mais eficientes dribladores do país. Marcelinho, apesar de jovem, reúne com seu chute preciso e passes milimétricos a sabedoria dos experientes. Ainda no Parque, Ronaldo e Viola, cada um na sua área, já são patrimônio nacional. E entre as duas grandes áreas, no círculo central, Zé Elias, se evoluir ainda mais, pode chegar a um lugar até então desconhecido. Amoroso, Luisão, Valdir, do Vasco e outros tantos, parecem ter desabrochado definitivamente. E o que fazer com tantos craques? Nada, apenas deixá-los jogar!!! E abusando do Dalmo, encerramos este artigo com mais uma de suas frases: "Futebol é tão simples, não é mesmo? O resto é pura frescura!" Continuem enviando suas cartas com idéias estúpidas para novas modificações no futebol, pois a campanha se encerrará após o término do 1º turno. "Sugiro a colocação de sensores nas chuteiras dos atletas. Assim, quando chutarem o adversário soará um alarme. Usando o fone de ouvido, o representante poderá avisar o juiz substituto, que comunicará o fato ao bandeirinha vermelha, que avisará o árbitro do jogo." (Antonio Carlos Sonegatti, SP) Cartas com sugestões podem ser enviadas à Editoria de Esporte, à alameda Barão de Limeira, 425, 4º andar, Cep 01290-900 Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs Texto Anterior: Jogadores reclamam do juiz Próximo Texto: Vadão estréia e o Araçatuba obtém vitória Índice |
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