São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995 |
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Valorização tem pouco impacto em importados Consumidor pode receber repasse GRAZIELE DO VAL
Na pior das hipóteses, o aumento será repassado ao consumidor, dizem os lojistas que trabalham com esses produtos na avenida Paulista e na rua Augusta. Eles não acreditam que a medida provoque uma alteração radical em seus negócios, nem vêem necessidade de refazer o planejamento de compras para este ano. "O percentual é muito pequeno e provavelmente ficará diluído no custo final", afirma Cosmo Antônio Pataro, gerente da C & S Import, que vende bebidas importadas. Sônia Pereira, 43, proprietária da SLM Bazar, tem a mesma opinião. "Os reflexos só vão ser sentidos realmente quando a valorização for maior", diz. Ela comercializa artigos de informática e presentes. Segundo Mauro Otoni, proprietário da Tabacaria Otoni, a situação tende a ser bastante parecida com a do mercado de carros importados. "O governo aumentou as alíquotas e pouca coisa mudou", afirma. "A solução é diminuir o lucro por unidade para proporcionar um giro mais rápido e negociar com os fornecedores. Se nenhuma alternativa der certo, os preços devem ser repassados aos consumidores", diz Olga Kaguiyama, 43. O bancário Marcelo Santana Bittencourt, 24, acha que a valorização do dólar trouxe os brasileiros de volta à realidade. "A diferença que havia entre a moeda americana e o real era uma ilusão, uma situação artificial. Seria bom se fosse verdade", diz. Para o promotor Jonas Santecchia, 23, a medida é um indício de que o Plano Real está em decadência "como todos os outros planos". "No começo tudo vai bem. Depois, começam as desculpas porque a coisa caminha mal", diz Santecchia. Texto Anterior: Medidas são aceitas por FMI Próximo Texto: Rumos do plano ficam obscuros com mudanças Índice |
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