São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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Prefeito tenta validar decreto antifumo

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo entrou com recurso ontem no TJ (Tribunal de Justiça) para tentar derrubar a liminar que suspendeu a validade do decreto antifumo.
Na última sexta, a juíza Sílvia Maria Meirelles, da 8ª Vara da Fazenda Pública, proibiu os fiscais da prefeitura de multar quem fumasse no interior dos bares e restaurantes. A multa, de R$ 325,00, seria aplicada aos consumidores e aos donos dos estabelecimentos.
Ela atendeu ao pedido da Federação dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo. A liminar da juíza da 8ª Vara beneficiou 50 mil estabelecimentos na cidade.
A assessoria de imprensa do TJ informou que quem vai apreciar o recurso da prefeito Maluf é o presidente do tribunal, desembargador Weiss de Andrade. O mais provável é que ele casse a liminar.
Pelo menos foi esta a posição do presidente do TJ quando ele apreciou o recurso da prefeitura contra a liminar do juiz Adherbal dos Santos Acquati, da 12ª Vara da Fazenda Pública.
Acquati havia concedido liminar a pedido do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo.
O presidente do sindicato e da federação dos restaurantes, Nelson de Abreu Pinto, voltou a afirmar ontem que o decreto é ilegal.
"Ele tem que esperar o exame do mérito para poder multar", disse Abreu Pinto.
A Justiça examina o mérito de uma ação quando toma uma decisão definitiva sobre o caso. Isto ainda não aconteceu no caso do decreto antifumo.
Segundo o presidente do sindicato, o decreto antifumo vai prejudicar o movimento nos bares e restaurantes. Como consequência disso, haveria desemprego no setor.
O secretário municipal do Planejamento, Roberto Paulo Richter, tem rebatido este argumento. Para ele, decreto antimufo não afastará os clientes.
Hoje, Abreu Pinto vai à Câmara dos Vereadores. Ele quer a votação imediata de um projeto de decreto legislativo que anule o decreto antifumo. Segundo o vereador Maurício Faria (PT), são necessárias 19 assinaturas de um total de 55 parlamentares para que o projeto entre na pauta de votação.

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