São Paulo, sábado, 11 de março de 1995
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Vale não ganha agilidade, diz presidente

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Francisco José Schettino, disse ontem não saber se é contra ou a favor da privatização da empresa.
O ministro do Planejamento, José Serra, anunciou a privatização da Vale na última segunda-feira.
Schettino evitou dizer se considera a privatização boa para a empresa. "Não sabemos o modelo a ser adotado, seria uma especulação dizer isto. Não sabemos se vai ser bom para os empregados, para a empresa", afirmou, após almoço na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Schettino demonstrou não concordar com os que defendem a privatização da Vale como forma de garantir mais agilidade à empresa.
Segundo ele, a Vale "é muito ágil". Isto, graças a um acordo de gestão com o governo que poupa a empresa de cumprir formalidades exigidas de outras estatais. "O governo é bastante flexível com a gente", disse.
Segundo ele, esta avaliação foi encomendada pelo governo ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que ficou também responsável pela contratação de uma empresa encarregada de definir um modelo para a privatização.
O presidente da Vale elogiou as medidas adotadas pelo governo na área cambial. Segundo ele, a empresa vinha sendo prejudicada pela defasagem entre as cotações do real e do dólar.
"O problema é que 80% de nossas receitas vêm da exportação. Ou seja, recebemos em dólar e gastamos em real", justificou.
Para Schettino, a defasagem entre as cotações afetou a receita da empresa.
Ele afirmou que o grupo Vale deverá repetir em 95 o faturamento do ano passado, que foi em torno de US$ 5 bilhões.
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