São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Com Oscar termina o marasmo

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Após a estiagem das férias, o cinema começa o ano de verdade nesta época de Oscar. Entre os filmes que concorrem a uma, outra ou várias estatuetas estréiam em março "Nell", com Jodie Foster e Liam Neeson, "Blue Sky", com Jessica Lange, "Ed Wood", de Tim Burton, "Um Sonho de Liberdade", com Morgan Freeman e Tim Robbins.
Entre os europeus, "Antes da Chuva", do macedônio Milcho Manchevski, concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro.
A Itália chega em duas vertentes: "Caro Diário", de Nanni Moretti, representa o lado mais inovador; "Uma Simples Formalidade", de Giuseppe Tornatore, o mais clássico. De Hong Kong vem "Fervura Máxima", o mais célebre filme de um cineasta da moda, John Woo. A estréia brasileira é "Festa", de Ugo Giorgetti.
Em abril, passada a febre do Oscar , abre-se espaço para "Prêt-à-Porter", de Robert Altman, e "À Beira da Loucura", de John Carpenter: dois diretores que, quando acertam a mão, estão no primeiro time dos EUA. Brad Pitt e Anthony Hopkins estrelam "Lendas da Paixão".
É um mês em que o cinema brasileiro pode definir seu destino junto ao público. Entram "Louco por Cinema", de André Luiz Oliveira, e "Perfume de Gardênia", de Guilherme Almeida Prado.
Maio será, em princípio, germânico: há uma retrospectiva de R.W. Fassbinder e o documentário "Leni Riefenstahl, a Deusa Imperfeita", de Ray Mller. Riefenstahl foi a cineasta favorita de Hitler. Embora supervisionado por ela mesma, o filme deixa escapar os fundamentos de sua arte, que estava longe de ser desprezível, mas era muito mais nazista do que ela pensa (ou diz) que era.
Hollywood retrai-se um pouco, mas tem "The Quick and the Dead", esperado encontro de dois talentos explosivos, o diretor Sam Raimi e a atriz Sharon Stone. A Inglaterra terá "As Loucuras do Rei George", de Nicholas Hynter, que concorre a quatro Oscars; o Brasil, "Mil e Uma", de Suzana Moraes.
O semestre fecha-se com a promessa de uma meia-dúzia de "cults", filmes em que o prestígio precede a promessa de grande público. Para começar, há Woody Allen, com "Balas Sobre a Broadway", e Roman Polanski com "A Morte da Donzela". Da coqueluche mexicana, Alfonso Arau (de "Como Água para Chocolate"), chega "A Walk in the Clouds", com Keanu Reeves.
Ainda em junho, convém atentar para "Pocahontas", desenho da Disney. Também há "L'Appat", de Bertrand Tavernier, que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 95. Em julho, estréia "Smoke", de Wayne Wang, que levou o Urso de Prata e a fama de grande injustiçado do festival alemão.

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