São Paulo, domingo, 12 de março de 1995
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Dor e delícia da mística feminina

JOÃO PEDROSA

A artista norte-americana Courtney Smith, nascida em Paris e que mora no Rio de janeiro, é exposta em sua segunda individual em São Paulo. São dez trabalhos, quatro telas de algodão sobre chassis, manchadas de suco de pétalas de rosas, cinco "Camas Brancas", feitas de lençóis antigos de linho, e 30 passarinhos realizados em panos usados, numa prateleira de madeira.
Sua temática é criada através da representação do processo de reciclagem da matéria. Seus lençóis têm rosas brancas tridimensionais, feitas no mesmo linho e aplicadas sobre eles. Suas telas são a representação abstrata das rosas. Essas telas, pintadas em material orgânico sem conservante, devem mudar de cor até atingirem o tom ao qual tendem todas as coisas com pátina do tempo: marrom-amarelado. Seu repertório é sangue, rosas, pássaros e lágrimas. Uma cadeia fabulosa de transmutação material através da mística de contos de fadas. Uma montagem dos textos dos irmãos Grimm ilustra o catálogo. A mística feminina de Courtney Smith é como a maternidade e a fecundidade, um fluxo milagroso de dores e delícias.
Courtney Smith. Exposição individual. Galeria Camargo-Villaça. R. Fradique Coutinho, 1.500, Pinheiros, zona oeste. Segunda a sexta: 10h/20h. Sábado: 10h/14h. De R$ 1.500,00 a R$ 3.00,00. Até 25 de Março.

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