São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
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Mercosul reforça intercâmbio escolar

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O ano de 1995 vai marcar o início da educação à distância via computador entre os países do Mercosul (Mercado Comum do Sul). Este será o ano da formalização do projeto.
Segundo a professora Léa Fagundes, que coordena o Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o uso do sistema vai "explodir" este ano. Pelo menos, essa foi sua impressão depois dos contatos que teve com técnicos e autoridades dos parceiros do Brasil no Mercosul: Argentina, Uruguai e Paraguai.
A universidade —que faz intercâmbio com instituições de ensino dos países vizinhos, especialmente Argentina e Uruguai— já programou para novembro o 1º Congresso de Informática Educativa do Mercosul, em Porto Alegre, cujo tema central será "A Melhoria da Qualidade do Ensino".
"Os alunos vão demonstrar como estão aprendendo."
Nos contatos com professores de outros países, diz, foi traçada uma "linha ideológica" a ser seguida na educação à distância. Segundo ela, a incorporação da nova tecnologia tem de servir para "repensar" a educação. Na chamada rede telemática, o que seria "cola", por exemplo, passa a ser cooperação, ou seja, dois usuários de computadores vão interagir e trocar conhecimento.
A professora diz que os países do Mercosul querem usar a tecnologia nova para mudar o ensino, ao contrário do que aconteceu, diz ela, nos EUA e Inglaterra.
Segundo ela, os professores ainda não estão preparados para a mudança. No ano passado, quando ministrou um curso via Internet a professores da Costa Rica, diz ter sentido resistências.
Em Porto Alegre, a escola estadual Uruguai mantém há oito anos um intercâmbio com a escola Brasil, de Montevidéu. Alternadamente, grupos de alunos brasileiros passam alguns dias estudando no colégio uruguaio e vice-versa.
Neste ano, é a vez dos estudantes brasileiros irem ao Uruguai. Com o intercâmbio, os alunos podem ensinar a língua de seu país para os estudantes do país vizinho.
A falta de professores de espanhol faz com que o Rio Grande do Sul viva uma situação paradoxal.
As escolas gaúchas, segundo a secretaria, manifestam crescente interesse em incluir o espanhol em seus currículos, mas, na prática, por falta de professores, o ensino da língua vem diminuindo. Das 3.300 escolas, 61 lecionavam espanhol em 93. Em 94, são 59.

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