São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 1995
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Estresse aéreo não muda rotina

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jogadores do São Paulo e do Palmeiras não tiveram uma preparação especial para o clássico de ontem, apesar do estresse aéreo de seus jogadores e dos problemas provocados pela diferença de fuso horário.
O São Paulo voltou na quinta-feira passada, pela manhã, de uma viagem de 15 dias ao Japão.
Desgastado também pelo "episódio Edmundo", o Palmeiras só chegou do Equador —onde disputou duas partidas pela Taça Libertadores— na véspera da partida de ontem.
Segundo o preparador físico do São Paulo, Altair Ramos, a preocupação maior era com o primeiro dia de readaptação ao fuso brasileiro.
"Na sexta-feira, foi preciso controlar o horário de dormir dos nossos jogadores e a alimentação deles. Mas isso só foi necessário no primeiro dia", explicou.
"Quem poderia sentir algum tipo de dificuldade seriam os jogadores do Expressinho, que atuaram um dia após a nossa chegada. Mas isso não aconteceu", acrescentou Ramos.
O Expressinho viaja hoje para Recife, onde enfrenta o Náutico, amanhã, pela segunda fase da Copa do Brasil.
O time se classificou ao vencer o Sergipe por 3 a 0 na sexta-feira.
O meia-atacante Juninho, que jogou também na sexta-feira, disse que o cansaço provocado pelas longas viagens de avião —foram cerca de 20 horas de vôo entre Tóquio e São Paulo— prejudicou mais o São Paulo que a diferença de fuso horário.
"As pernas ficam cansadas e amarradas pelo tempo que nós passamos no avião. Quanto ao fuso, você sente muito mais quando vai pela primeira vez ao Japão."
Juninho fez sua terceira viagem ao Japão, pelo São Paulo. As outras duas foram para a disputa do Mundial Interclubes, com o Milan, e da Recopa, com o Botafogo.
Para o goleiro Zetti, a readaptação ao fuso brasileiro é muito mais fácil que a adaptação ao horário japonês.
"Lá, você pode ficar um mês que ainda não se acostuma."
Palmeiras
No Palmeiras, também não houve nenhum tipo de preparativo especial para o clássico de ontem.
A equipe chegou do Equador no sábado, após escala em Santiago, por volta das 15h, e os jogadores foram imediatamente liberados para verem suas famílias.
A ordem era repouso absoluto até a noite, quando eles se apresentariam na concentração do clube, em hotel no centro da cidade.
Não foi feito o chamado "trabalho de desintoxicação", quando os jogadores são submetidos a exercícios físicos leves logo após a viagem.
O objetivo é justamente "soltar a musculatura" dos atletas depois das cansativas horas de vôo.
Pela Libertadores, o Palmeiras só jogará mais uma partida fora de casa na primeira fase: contra o Grêmio, em Porto Alegre.
O time ainda recebe os equatorianos Nacional e Emelec no Parque Antarctica.
Outras experiências
No ano passado, o Palmeiras teve uma amarga experiência ao enfrentar também o São Paulo após uma excursão ao Japão.
Cansado, o time perdeu por 2 a 1 para o rival e foi desclassificado da Taça Libertadores.
Também no ano passado, só que no Campeonato Paulista, o Corinthians superou o desgaste de uma viagem ao Japão e conseguiu empatar em 2 a 2 um jogo com o São Paulo em que estava perdendo por 2 a 0.
O time chegou 48 horas antes da partida.
"Na hora do jogo, com a torcida empurrando, você não consegue nem pensar em cansaço", justifica o meia são-paulino Palhinha.(AR)

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