São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Para brigadeiro, Sivam pode fracassar

ANDRÉ MUGGIATI
DA AGÊNCIA FOLHA, DE MANAUS

O brigadeiro Márcio Callafange, chefe do 7º Comando Aéreo Regional, avalia que o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) pode se tornar um novo Calha Norte —projeto do governo Collor para ocupar a fronteira norte do país cujos hospitais e escolas não funcionam por falta de pessoal.
O Sivam foi planejado para controlar a ocupação da Amazônia, queimadas, mineração ilegal e combater o tráfico de drogas.
"Talvez seja preferível a ignorância do que gastar US$ 1,4 bilhão para ver o que acontece sem ter estrutura para combater os problemas", disse o brigadeiro.
Segundo o delegado Lacerda Carlos Júnior, da Polícia Federal, os órgãos envolvidos com o projeto terão de aumentar seus efetivos para trabalhar com as informações que serão geradas.
Para o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), uma Polícia Florestal, com 3.000 homens, teria eficiência e agilidade para atuar associada ao Sivam. O Ibama tem hoje apenas 35 fiscais para 1,5 milhão de quilômetros quadrados da floresta amazônica.
O Senado vai cobrar do governo a confirmação ou não das denúncias de que um senador teria recebido US$ 7 milhões para ajudar a aprovar, no Congresso, a autorização para o governo contrair dívida para a implantação do Sivam.
As denúncias foram publicadas pela revista "Veja" da última semana e irritaram o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Gilberto Miranda (PMDB-AM). Ele sentiu-se atingido com as acusações por ter sido o relator do Projeto Sivam.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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