São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995 |
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Malan e Covas ficam mais perto de acordo
FIDEO MIYA
Foi o que disseram ontem nas entrelinhas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o governador Mário Covas, após uma reunião de quase duas horas —das 10h30 às 12h20— no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Participaram da reunião o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Milton Dallari, e os secretários estaduais da Fazenda, Yoshiaki Nakano, e do Planejamento, André Franco Montoro Filho. O tema da reunião, segundo Malan, foi "o trabalho de cooperação entre as equipes do Ministério da Fazenda e do governo paulista para a solução de problemas de finanças públicas do Estado de São Paulo". Na prática, tanto a solução do Banespa quanto a do aval para o empréstimo do Japão passam pelo acerto das dívidas paulistas. No caso do aval, o Ministério da Fazenda depende apenas de um acerto das dívidas do setor elétrico paulista junto ao governo federal para retirá-las do Cadin (Cadastro de Inadimplentes). Com isso, segundo Covas, estarão cumpridos todos os critérios de excepcionalidade para a concessão do aval. Malan disse que esse acerto vem sendo discutido há mais de um mês por uma comissão permanente das duas equipes, coordenada por Nakano e Montoro Filho, no lado paulista, e pelos secretários executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, e do Tesouro Nacional, Murilo Portugal, no lado federal. Nakano e Montoro Filho reúnem-se novamente hoje em Brasília com Parente e Portugal. No caso do Banespa, Malan usou um tom bem mais suave do que utilizou há um mês, quando esteve em São Paulo e afirmou que a solução dependia "necessariamente do uso de recursos do Estado para capitalizar o banco". Ontem, Malan disse que o "trabalho cooperativo" entre as duas equipes na busca de uma solução para as dívidas do Tesouro e das empresas estatais paulistas junto ao Banespa "certamente será coroado de êxito". Ele acrescentou que a decisão de privatizar bancos estaduais cabe ao governador de cada Estado. "Em última análise, essa decisão cabe à população e às forças políticas de cada Estado". Segundo Nakano, a solução adotada para a Nossa Caixa Nosso Banco, que reescalonou as dívidas com um prazo de carência de três meses com o aval do Conselho Monetário Nacional, será o parâmetro para o Banespa. Após a reunião, o governador almoçou com deputados da bancada paulista na Câmara Federal. Segundo o ex-governador e atual deputado federal Franco Montoro, "houve o início de um diálogo". (Fideo Miya) Texto Anterior: Falta de acordo atrasa contrato, diz ministro Próximo Texto: CEI do Banespa aponta culpados Índice |
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