São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Empresas baianas vão ter domínio

DA REPORTAGEM LOCAL

O resultado do sorteio de ontem marcou a perda do domínio de empresas paulistas no mercado de coleta de lixo da cidade de São Paulo nos próximos quatro anos.
Empreiteiras baianas e suas empresas coligadas ganharam cinco das sete regiões em disputa (veja quadro acima).
Além do grupo OAS, que junto com suas coligadas ficou com três regiões, a baiana Odebrecht também teve sorte no sorteio.
Ela ganhou o grupamento 6 e sua coligada, a CBPO, ganhou o grupamento 2.
Esse quadro ainda pode se alterar. As empresas derrotadas têm cinco dias para recorrer. Elas podem alegar que uma das vencedoras não tem capacidade técnica para realizar a coleta, por exemplo.
A paulista Enterpa foi a mais prejudicada pela sorte. Empresa tradicional no mercado de lixo, hoje ela detém quatro dos sete grupamentos. Ontem, ela só foi sorteada para o grupamento 7, o menor entre os sete em disputa.
"Realmente, houve uma mudança substancial na nossa participação no mercado, mas ainda não avaliamos quais providências serão tomadas", disse o superintendente jurídico da Enterpa, João Roberto Vismara.
A Enterpa tem hoje 12 mil funcionários e faturou US$ 150 milhões no ano passado.
O secretário das Vias Pública, Reynaldo de Barros, comemorou ontem o resultado da concorrência.
"As empresas sorteadas têm experiência em coleta de lixo e o serviço será bem feito", disse.
A demora para o fim da concorrência causou prejuízos para a prefeitura, segundo denúncia do Tribunal de Contas do Município.
Os contratos de emergência que vinham sendo mantidos pela prefeitura eram, em média, 20% mais caros para os cofres públicos do que o valor estipulado pela licitação encerrada ontem.
A concorrência para a coleta foi criticada desde seu lançamento. A empresa Splice, por exemplo, entrou com uma ação na Justiça afirmando que a prefeitura não poderia estipular um "preço mínimo" para o serviço, inviabilizando propostas menores.
A ação foi negada pela Justiça em primeira instância e está tramitando no Tribunal de Justiça.
Segundo a prefeitura, a determinação de um "preço mínimo" era necessária para evitar que as empresas fizessem propostas baixas apenas para vencer a concorrência.

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