São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Caso Edmundo chega a impasse

RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A GUAYAQUIL

Depois de oito dias (cinco com a delegação do Palmeiras e três trancado em seu quarto), Edmundo continua no Equador. Seu caso ainda não teve solução.
Até as 20h de ontem (horário de Brasília), não havia sido retirada a queixa que recai sobre o jogador por ter quebrado uma câmera do canal Telesistema de Guayaquil.
Isso aconteceu porque o cinegrafista agredido pelo jogador, Germán Veras, não compareceu à 2ª Vara Penal de Quito, onde advogados do Palmeiras e do canal equatoriano fechariam um acordo para a retirada da acusação.
Acreditando na solução ontem, o Palmeiras já havia confirmado a passagem de volta do jogador para as 22h locais com destino a São Paulo, via Lima, Peru.
O atacante desembarcaria por volta das 8h de hoje em São Paulo.
Com o atraso do cinegrafista, que deveria estar em Quito antes das 17h locais (fim de expediente do Judiciário), o Palmeiras já cogitava outros vôos para a volta ao Brasil.
A saída do jogador do Equador só seria possível depois de um acordo entre o Telesistema e o clube paulista.
O Palmeiras pagaria US$ 10 mil pelos danos que Edmundo fez ao chutar a câmera Sony Betacam DXC327 da equipe de televisão equatoriana.
Às 9h da manhã de ontem, o advogado de Edmundo, Iván Guerron, se reuniu em Quito com o juiz Honger Villabicencio, o mesmo que expediu a ordem de "arraigo" (proibição de saída do país) e captura do jogador brasileiro.
Logo depois, os advogados do escritório de Guerron em Guayaquil receberam o fax com o documento que Edmundo assinou atestando que estava ciente da retirada da queixa após a oferta de US$ 10 mil do Palmeiras para ressarcir o canal.
Já o advogado do canal Telesistema, José Maria Borgia, havia preparado um pedido de desistência da denúncia de agressão. No documento, a TV se dizia satisfeita com o acordo.
O processo seria arquivado por desistência.
O diretor de futebol do Palmeiras, Alberto Strufaldi, conseguiu o valor exigido retirando o dinheiro que estava depositado como garantia no hotel Oro Verde para o pagamento da hospedagem e alimentação dos integrantes do Palmeiras remanescentes em Guayaquil.
Esse dinheiro tinha sido deixado por Seraphim Del Grande, vice-presidente do clube e chefe da delegação na excursão do Palmeiras pelo Equador em jogos pela Taça Libertadores da América.
Para cobrir os gastos de hotel, a agente de viagens a serviço do time paulista, Regina Vanuchi, ofereceu pagar todos os gastos com seu cartão de crédito.
Com os US$ 10 mil, Strufaldi viajou de Guayaquil a Quito (40 minutos de avião), para efetuar o pagamento em espécie, diante do juiz Honger Villabicencio.
Com a ausência do cinegrafista para fechar o acordo, o representante do Palmeiras já contava com um pernoite em Quito e o fim do caso só na manhã de hoje.
Com isso, ele, Edmundo, o preparador de goleiros Valdir Joaquim de Moraes e Regina Vanuchi só conseguiriam sair do Equador a partir da tarde de hoje.
Durante todo o dia de ontem, Alberto Strufaldi acreditava na solução rápida do problema.

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