São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Jordan, o regresso

FÁBIO SORMANI

Parece que o negócio é pra valer. Michael Jordan deve mesmo retornar à NBA e ao Bulls.
Penso que nenhuma das partes envolvidas seria tão inconsequente ao ponto de alimentar as esperanças de torcedores do mundo inteiro para, na hora h, o Pelé do basquete reunir os jornalistas e dizer: "Olha, era tudo brincadeirinha".
Mas por que isso está acontecendo? Bateu a saudade.
Escrevi nesta coluna, quando Jordan anunciou sua retirada precoce das quadras, em outubro de 93, que não existia nada de marketing em sua atitude. A decisão era pra valer. Continuo com a mesma opinião. Era tudo sério. Só que a frustração com o beisebol e a saudade do basquete o inquietaram.
O primeiro passo foi dado na semana passada, quando Jordan voltou a treinar com o Bulls. O segundo passo aconteceu logo em seguida, quando ele anunciou sua renúncia ao beisebol. O terceiro será reunir a imprensa e anunciar ao planeta sua volta ao basquete —que é o que todos esperam.
E isso é legalmente possível, já para este campeonato?
Sim, porque o Chicago está honrando o contrato de Michael (US$ 4 milhões anuais) mesmo depois de ele ter anunciado a aposentadoria. Penso que, lá no fundo, os dois Jerrys do Chicago, o Reinsdorf (dono da franquia) e o Krause (o vice-presidente), sentiam que essa inquietação iria incomodar Michael a qualquer momento. Por isso, pagaram religiosamente o salário do jogador, prevendo esse dia D.
Quer dizer: apesar de ter largado o basquete há 17 meses, oficialmente, perante a NBA, Jordan ainda é jogador do Bulls. Assim, pode atuar a qualquer momento.
Nos EUA, dizem que o regresso de Jordan aos jogos oficiais se dará no domingo próximo, contra o Indiana, em Indianápolis, com exibição ao vivo para os EUA.
Os donos das tevês que transmitem as partidas da NBA estão esfregando as mãos. Com Jordan em quadra, eles calculam aumento de 20% na audiência.
Para o próprio Jordan, seu retorno significa mais dinheiro em caixa. Brandon Steiner, da Steiner Sport Marketing, agência de Nova York, disse que fábricas de tênis, bebidas, aparatos eletrônicos e cadeias de "fast-food" estão a todo o vapor pensando no que fazer quando Michael voltar. Ainda segundo Steiner, não serão analisados contratos inferiores a US$ 10 milhões. É o mundo da NBA em ebulição. Tudo por causa de Michael Jordan.

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