São Paulo, terça-feira, 14 de março de 1995
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Gays contestam lei militar americana

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

As Forças Armadas norte-americanas estão sofrendo o primeiro processo na Justiça contra a lei que ficou conhecida como "Não pergunte, não fale" ("Don't ask, don't tell", em inglês).
A lei dos Estados Unidos permite que homossexuais prestem serviço às Forças Armadas desde que não divulguem publicamente sua preferência sexual.
Seis homossexuais que integram as Forças Armadas resolveram entrar ontem com uma ação civil contra a lei, por considerá-la discriminatória.
Eles alegam que a lei em vigor é inconstitucional porque fere o direito da livre expressão e do tratamento igualitário.
As seis pessoas que tomaram a iniciativa de abrir o processo contra as Forças Armadas tiveram sua identidade protegida.
Entre fevereiro e outubro do ano passado, 507 reservistas foram demitidos porque violaram a lei "Não pergunte, não fale", divulgando que eram homossexuais.
O Departamento de Defesa norte-americano alega que a lei é necessária.
Segundo o órgão, a exposição da opção sexual de homossexuais seria prejudicial à moral das tropas e pode corroer os militares que não estiverem suficientemente preparados.
Segundo o departamento, heterossexuais das Forças Armadas passariam a ser bem mais cautelosos para trabalhar junto de homossexuais, o que seria prejudicial à instituição.
Negros
O advogado responsável pelo processo, David H. Braff, sustenta que a mesma discriminação sofrida por negros que servem as Forças Armadas está sendo sentida por homossexuais.
"A questão que foi levantada por este processo é se a discriminação pode ser justificada", afirmou o advogado.
O general e chefe-geral das Forças Armadas dos EUA, John Shalikashvili disse que a política do "Não pergunte, não fale" deve continuar apesar do processo que foi aberto ontem.

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