São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 1995![]() |
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México sem crise para turistas
ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE
Esta mudança, que seria considerada uma catástrofe por economistas e administradores, mal foi sentida pela população. Carros fabricados no México tiveram uma majoração de preço de 12%. Produtos importados consumidos pela burguesia, é claro, ficaram muito mais caros, mas a tortilla, o milho, a tequila etc. não tiveram seus preços majorados. Para turistas foi uma panacéia. O dólar que comprava 3,4 pesos passou a comprar no varejo 4,8. Ou seja, houve um ganho de 40%. Mas o povo continuou quase tão rico ou quase tão pobre quanto antes. Como se vê, esses índices inventados pelos economistas não enchem a barriga do povo. Só do turista. Esta súbita valorização do dólar, entretanto, não é a única, e nem mesmo a mais significativa das razões para a nossa insistência para que o turista brasileiro visite o México. E, veja bem, embora seja uma maravilha, Cancún não é o México. Há várias razões para que o México se torne uma das preferências turísticas, não somente brasileira, mas universal. Em primeiro lugar, não há concentração maior de culturas distintas em um mesmo espaço geográfico e com tão vasto e rico legado material. Em segundo lugar, não há, no mundo, nem mesmo na Grécia, uma diversidade tão grande de estímulos intelectuais e naturais sobrepostos. Por exemplo, ao lado da superposição de culturas pré-colombianas de Monte Albán (zapoteca, mixteca etc.) encontramos a maravilhosa arquitetura colonial espanhola da cidade de Oaxaca, as 15 ou 20 nações índias atuais do Estado de Oaxaca, com suas línguas, costumes e trajes originais, além da costa, com suas praias e suas belezas naturais. É como se realizássemos meia dúzia de excursões turísticas simultaneamente, e pelo preço de uma. Terceiro, o mexicano, seja ele o índio, seja o mestiço ou o descendente europeu, é sempre muito hospitaleiro. É honesto e não-agressivo com turistas. Preços são sempre acessíveis. Hotéis custam hoje a metade de seus equivalentes no Brasil. Refeições saem por um terço, nos grandes centros, e um quarto em cidades menores. Táxis estão também a um terço do seu preço no Brasil. E mais ainda, os motoristas de táxi são afáveis e honestos. Não é um paraíso? LEIA MAIS Sobre o México nas págs. 6-2 a 6-10. Próximo Texto: Desvalorização do peso beneficia turistas Índice |
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