São Paulo, quinta-feira, 16 de março de 1995
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Melhor do arquipélago está debaixo d'água

RENATO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Cerca de 20 embarcações estão licenciadas pelo Ibama para fazer excursões ao arquipélago de Abrolhos. Todas têm equipamentos de mergulho. Embora a paisagem em cima da água seja belíssima, é embaixo dela que está o melhor.
E nem é preciso ser um mergulhador experiente. Uma máscara, um respirador e uma nadadeira são suficientes para se desfrutar a rica paisagem submarina da região.
Simplesmente não tem sentido ir a Abrolhos e não mergulhar nas suas águas mornas (entre 24oC e 28oC, no verão) e absolutamente cristalinas, onde a visibilidade pode chegar a 15 metros.
As formações de corais e a variedade da fauna marinha fazem do mergulho uma experiência única. As formações de corais da vasta área que forma o Parque Nacional Marinho de Abrolhos compõem o complexo de recifes mais importantes do Atlântico Sul.
No Parcel dos Abrolhos, próximo ao arquipélago, os recifes de corais lembram imensos cogumelos, que sobem em colunas do fundo e se abrem perto da superfície. São os chamados chapeirões, que tanto temor inspiram a quem navega pela região.
Perigo para a navegação, paraíso para o mergulho. São 19 diferentes espécies de corais, alguns dos quais só encontrados no Brasil e outros endêmicos de Abrolhos, como é o caso do belo e raro Mussismilia braziliensis, o coral-cérebro (assim batizado por causa de sua forma) capaz de romper o casco de uma embarcação.
Os corais são verdadeiras esculturas submarinas, em cores e formatos variados, do vermelho vivo do coral-fogo à delicada forma do coral-de-leque, com a textura e a fragilidade de uma renda.
A fauna completa a paisagem submarina de Abrolhos. Há uma infinidade de peixes, tartarugas, moluscos e crustáceos.
Os peixes são um espetáculo à parte pela quantidade e grande variedade. Há desde os pequenos e listrados sargentos aos grandes badejos de quase meio metro; peixes de estilo ornamental, coloridos e delicados, a prosaicas agulhinhas em numerosos cardumes; de budiões azuis, com seus bicos que lembram papagaios, a belas arraias pintadas. São cerca de 95 espécies de peixes tropicais.
Para mergulhar, há toda uma infra-estrutura à disposição, mesmo para os menos experientes.
As várias agências que promovem excursões ao arquipélago alugam equipamentos para mergulho livre ou autônomo. À exceção das lanchas rápidas, todos os barcos são dotados de compressores para recarga de cilindro.
As máscaras e respiradores são alugados a R$ 2, as nadadeiras a R$ 3 e o equipamento para mergulho autônomo a R$ 10 por peça.
Como as águas são mornas, não é necessário o uso da roupa de neoprene. Todos os barcos dispõem de um guia de mergulho para orientar e acompanhar os mergulhadores, além de instrutores para os iniciantes no mergulho autônomo.

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