São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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Passo de tartaruga

Um dos melhores exemplos de como a burocracia governamental pode beirar o surrealismo aconteceu no início dos anos 70, no Ministério da Agricultura. O então ministro, Moura Cavalcanti, foi procurado por um empresário que já não sabia mais o que fazer.
O homem explicou seu problema: queria levar do Pará para Brasília três tartarugas e mantê-las em cativeiro na entrada do prédio de sua empresa. Ressaltou que pretendia construir um tanque que atendesse a todas as exigências para a vida dos animais.
Cavalcanti olhou para o empresário e comentou, com alguma impaciência, que aquilo não precisava da interferência do ministro. E sugeriu:
— É só procurar o órgão responsável e tirar a licença.
E o empresário:
— Mas é esse o problema: ninguém consegue me dizer se tenho que falar com a Sudepe, que cuida dos bichos na água, ou com o IBDF, que cuida deles na terra.
Cavalcanti viu que a solução mais simples seria assinar pessoalmente a licença. E o fez.

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