São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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Equipe não pensa em medidas anticonsumo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Equipe não pensa em medidas anticonsumo
O secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros, disse ontem que o governo abandonou temporariamente a idéia de novas medidas anticonsumo em função de alguns sinais de desaquecimento da economia.
"Ainda não são sinais definitivos, mas é a primeira vez que isso acontece desde o início do Plano Real", afirmou.
As consultas ao Telecheque (serviço de garantia de cheques) e ao SPC (Sistema de Proteção ao Crédito), caíram 1,5% nos primeiros dias de março, em relação aos primeiros dias de fevereiro ,afirmou o secretário, sem precisar o período comparado.
Mas a adoção de medidas anticonsumo voltará à pauta do governo em maio, quando o salário mínimo subirá para R$ 100, disse Mendonça de Barros.
Alguns setores da indústria e do comércio, já tiveram uma diminuição de vendas, detectada pelo Ministério da Fazenda.
Um terceiro indicador considerado pela Fazenda é o aumento da inadimplência no crédito ao consumidor, que estaria forçando as lojas a venderem menos a prazo.
Para Mendonça de Barros, o consumo diminuiu em função do aumento da taxa de juros e da queda na procura de bens de consumo duráveis. Desde o Plano Real, a procura por esses bens subiu muito. Segundo o secretário, boa parte dos consumidores já renovou seu estoque desses produtos.
O crédito hoje à disposição do consumidor é tão escasso que o próprio Mendonça de Barros afirma que o governo terá dificuldades para apertar ainda mais o consumo, se isso for necessário. "Já usamos quase todas as medidas clássicas", disse
O secretário afirmou que a primeira opção do governo para conter o aquecimento da economia, se for necessário, é o corte de gastos públicos.

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