São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995 |
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Brasil e Argentina querem elevar tarifa
SÔNIA MOSSRI
A elevação em três pontos da tarifa de importação integra o cardápio de medidas fiscais adotadas por Cavallo para obter acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Na prática, barreiras adicionais às importações interessam aos dois países. Para a Argentina, é uma forma de evitar uma desvalorização do peso em relação ao dólar —o país acumula um déficit na balança comercial de US$ 6 bilhões. No caso do Brasil, a elevação das alíquotas de importação, que não incluem bens de capital e informática, seria também um forma de tentar reduzir o déficit na balança comercial registrado nos últimos meses. Política cambial, desindexação da economia e mecanismos para atrair capital externo são alguns temas da reunião entre Cavallo e o ministro da Fazenda brasileiro, Pedro Malan, hoje, em São Paulo. Ambos participarão de almoço promovido por ex-alunos da Universidade de Harvard (EUA). No mesmo dia, Cavallo se encontrará com o ministro do Planejamento, José Serra. Na equipe de Cavallo, Serra não é visto com simpatia. O motivo principal é a insistência do ministro do Planejamento de que o real está sobrevalorizado. Cavallo não tem interesse na desvalorização da moeda brasileira. Isto tornaria as exportações argentinas para o Brasil mais caras. Ele conta com o aumento das vendas para o Brasil como forma de reduzir o elevado déficit comercial do país. Texto Anterior: México tem superávit na balança comercial Índice |
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