São Paulo, sábado, 18 de março de 1995 |
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Última ararinha-azul ganha companheira
VANESSA DE SÁ
Uma fêmea foi solta ontem às 7h30 em Curaçá (90 km a nordeste de Juazeiro, Bahia) depois de ter passado por um período de adaptação em cativeiro que durou seis meses. A espécie, ameaçada de extinção, possui apenas 31 exemplares em todo o mundo, 30 em cativeiro. Desses, oito vivem no país. Talvez seja a primeira vez na história onde a soltura de um animal significa dobrar a população na natureza, disse o biólogo Francisco Pontual, 30, colaborador do Comitê Permanente para a Recuperação da Ararinha-Azul. A recuperação da espécie não depende apenas da reaproximação do casal. O macho terá que lembrar-se de novo que pertence à espécie. Para os coordenadores do projeto, cabe ao macho também a tarefa de ensinar a fêmea a sobreviver na natureza, já que ele carrega todas as informações do passado biológico da espécie. Talvez movido pela solidão, o macho tenha começado a 'namorar' fêmeas da arara-maracanã, disse Pontual. Nos últimos dias, a ave foi vista em um ninho acompanhada de uma fêmea maracanã. Uma das hipóteses é que teria havido tentativas de acasalamento. Resta saber se essas espécies são capazes de produzir descendentes férteis. Tivemos também de submetê-la a um condicionamento físico, para fortalecimento da musculatura, disse. A próxima etapa consiste no monitoramento integral da fêmea, já que a reintrodução de animais na natureza costuma ser difícil. É preciso que a ave aprenda a se alimentar dos frutos secos da região, disse Interaminense. Para Robério Possídio, 27, administrador financeiro do projeto —que recebe dinheiro da Fundação Loropark, da Espanha e da Fundação Boticário—, a soltura da fêmea foi um dos momentos mais importantes desde que o macho foi descoberto, em 1991. Texto Anterior: Estresse urbano preocupa Próximo Texto: Sindicalistas e estudantes protestam contra presidente Índice |
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