São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Mercosul discute as exceções

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O acordo inicial previsto pelos países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) diz que as exceções à TEC (Tarifa Externa Comum) só poderiam ser remanejadas até o próximo dia 30 de abril.
A prorrogação de prazo das exceções será discutida em reunião dos países do Mercosul na semana que vem.
Com a medida, o governo pretende manter um instrumento que pode solucionar tanto crises de déficits no comércio externo, como surtos inflacionários.
Importações
No momento, a possibilidade de estimular as importações em alguns setores da economia para deter a inflação é inviável, em função dos crescentes déficits do comércio exterior.
Mas existe a esperança, dentro da equipe econômica, de uma reversão dos déficits a ponto de permitir o uso de importações contra a inflação, ao menos por períodos de tempo limitados.
Se, ao contrário, a crise no comércio externo se agravar, a possibilidade de modificar a lista de exceções permitirá o aumento de alíquotas e contenção das importações.
Foi essa a tática usada recentemente pelo governo brasileiro, quando aumentou de 20% para 32% a alíquota de importação de veículos.
Acordo
Segundo Sérgio Amaral, porta-voz da Presidência da República, o Brasil vai defender, dentro do Mercosul, a proposta da Argentina de aumentar em três pontos percentuais suas alíquotas de importação.
Em troca, a Argentina deverá apoiar a idéia brasileira de prorrogar prazos para as exceções.
Este seria um acordo entre os dois países majoritários no Mercosul para enfraquecer o mercado comum, atingindo um de seus fundamentos —a Tarifa Externa Comum— em troca de soluções emergenciais para suas crises internas.

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