São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Compra de importados pode trazer problemas

ANTONIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Comprar produtos importados —em especial artigos eletrônicos— por catálogos ou em lojas especializadas virou moda no Brasil. Mas o consumidor deve tomar alguns cuidados para evitar aborrecimentos.
Os problemas mais comuns são atrasos na entrega ou a não-entrega do produto. Há quem receba ainda a mercadoria com defeito. Essas são as maiores reclamações a respeito de importados recebidas pelo Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor).
Segundo Adriana Simões Fernandes, 27, supervisora de produtos e serviços do Procon, o primeiro passo para evitar problemas é saber quem será o importador do produto adquirido.
"A lei prevê que, em caso de venda de produtos estrangeiros, o responsável por qualquer problema será o importador", diz Adriana.
O delegado João Antonio Miziara Filho, titular da 2ª Delegacia de Crimes contra a Economia Popular do Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor), diz receber várias denúncias contra empresas que vendem importados.
"As empresas anunciam produtos com o preço errado e não cumprem os prazos de entrega", afirma o delegado. Segundo Miziara, outro problema comum é a venda de mercadorias sem as especificações traduzidas para o português.
Segundo o policial, a empresa RPS foi denunciada várias vezes ao Decon por atrasar a entrega de produtos e vender mercadorias sem especificação. "Chegamos até a prender um dos gerentes da loja", afirma.
A RPS diz que os atrasos ocorrem devido a problemas na liberação das mercadorias na alfândega e à superlotação dos vôos internacionais que trazem os produtos.
Quanto à falta de especificações, a empresa argumenta que todos os produtos têm seu manual traduzido, mas que devido à grande quantidade de mercadorias algumas ficam sem as traduções para o português por algumas horas.
A empresa diz que se coloca à disposição para resolver dúvidas e problemas de seus clientes.
Ana Lúcia Paschoal foi vítima de atraso na entrega de seu importado. No dia 23 de novembro de 94, ela encomendou por telefone à TV Postal um "microsystem" JVC. No dia seguinte, depositou R$ 269,55 à vista e mandou o comprovante por fax. Ela diz que foi informada que em 30 dias a Victor's lhe entregaria o produto.
Depois de vários contatos com a Victor's, Ana Lúcia recebeu o aparelho na última segunda-feira, quase quatro meses após ter pago.
Segundo Regina Maura de Oliveira Aquino, gerente de atendimento ao cliente da Victor's, o atraso foi causado por uma associação de problemas como greve na alfândega, paralisação dos Correios e mudança de legislação alfandegária.

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