São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995
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Reitores tentam negociar avaliação

PATRICIA DECIA
ENVIADA ESPECIAL A SÃO CARLOS (SP)

Reitores tentam negociar avaliação
Reitores propõem sistema misto que inclui análise do Ministério da Educação e auto-avaliação
Os reitores das universidades federais prepararam um documento que será enviado hoje ao ministro da Educação, Paulo Renato Souza, com uma proposta alternativa para a avaliação das universidades.
A decisão foi tomada durante o 12º encontro da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), que terminou anteontem em São Carlos (230 km a nordeste de SP), com reitores e representantes de 52 instituições.
A maioria dos reitores não concorda com o instrumento previsto na Medida Provisória 983, de 16 de março, que institui um exame final unificado para os alunos de graduação. As notas, que ficariam registradas no histórico escolar, serviriam para avaliar a qualidade da universidade.
A Folha ouviu 30 reitores de instituições federais sobre o exame. Apenas cinco são a favor da prova, entre eles os reitores da UnB (Universidade de Brasília), Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e o presidente do Crub (Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras), Éfrem de Aguiar Maranhão.
Os demais se posicionaram contra. "Isso não é avaliação. É uma tentativa de medir a qualidade do produto das universidades, sobretudo das faculdades privadas", disse Helgio Casses Trindade, 55, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
"Avaliação Institucional"
Trindade é o presidente da comissão de avaliação da Andifes, que preparou a proposta batizada de "Avaliação Institucional". O documento já havia sido enviado para o MEC e está sendo colocado em prática em cerca de 20 instituições, entre elas a UFMG, de Minas Gerais e a UFRS, do Rio Grande do Sul.
Segundo Trindade, o projeto prevê três etapas: levantamento de dados, auto-avaliação e avaliação externa. Todo o processo demora em média um ano e meio.
Em seguida, alunos, professores e ex-alunos são entrevistados dando suas opiniões sobre o curso. De posse dos dados, a entidade prepara o documento de auto-avaliação.
Na terceira fase, a instituição é submetida a uma avaliação externa. "Representantes do MEC e das sociedades de classe vão falar. Com as referências do mercado de trabalho, eles opinarão sobre a eficácia do curso, preparando um documento final", diz Trindade.

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Sobre a reunião de reitores à pág. 3

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