São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 1995 |
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Grupo quer EUA sem TV durante uma semana
DANIELA ROCHA
A proposta foi lançada por um grupo de americanos que integram a TV-Free America (América livre de TV), uma instituição sem fins lucrativos que visa encorajar os americanos a ver menos TV. Segundo o organizador da campanha, o cientista social Henry Labalme, 33, a idéia surgiu há um ano e rapidamente assumiu proporções nacionais. Nos EUA, 99% da população tem aparelho de TV em casa, e 49% dela afirma que assiste TV demais. Labalme afirmou que a campanha tem o objetivo de fazer as pessoas avaliarem o papel da TV em suas vidas e se o que assistem é aproveitado de alguma forma. As pessoas não percebem que passam muito tempo de suas vidas em frente à TV, com custo altíssimo, já que elas deixam de ser produtivas enquanto estão em frente ao aparelho, disse. Um americano assiste em média quatro horas de TV por dia. Isso significa que, aos 65 anos, ela terá gasto 9 anos de sua vida vendo televisão. Segundo dados levantados pela organização, a TV fica ligada em média sete horas por dia em uma casa de família americana, e estima-se que 66% dos americanos assistem TV enquanto jantam. Estou certo de que em outros países, como o Brasil, o quadro não deve ser muito diferente. Segui algumas discussões sobre a TV brasileira durante a eleição do presidente Collor e o sucesso de uma novela após o assassinato de uma atriz que integrava o elenco. Isso provou que a TV no Brasil é realmente poderosa, disse. Para encorajar as pessoas a acionarem o off de seus controles remotos, abrindo mão de mais de 70 canais a cabo disponíveis, a TV-Free America lançou uma lista de 40 atividades possíveis para substituir as horas em frente à televisão (veja quadro). As sugestões vão de arrumar o quarto a ir ao zoológico, cozinhar, ler jornal e andar de bicicleta. Cerca de 20% dos americanos afirmam que gostariam de poder ler mais ou visitar amigos, mas não têm tempo. Uma semana de TV desligada dará a oportunidade de organizar melhor o tempo para esse tipo de atividade, afirmou. A campanha conta com o apoio de ao todo nove instituições, como o Fundo de Defesa da Criança, a Associação Médica Americana, a Federação dos Professores e a Associação Nacional de Pais. A campanha não veicula publicidade na TV. A divulgação é feita em escolas, associações e mídia impressa. Após esta campanha, pretendemos fazer uma em âmbito internacional, disse Labalme. Texto Anterior: Homem armado é preso na casa da premiê turca Próximo Texto: Pesquisador sustenta que vício é igual ao de droga Índice |
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