São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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PP vai para oposição se não ganhar cargos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

A Executiva Nacional do PP se reúne hoje com as bancadas na Câmara e no Senado para decidir se mantém ou se retira o apoio ao governo FHC. O partido exige cargos para continuar no governo.
"Há insatisfação na bancada. O PP é o único partido que integra a base e não participa do governo. É preciso saber se o presidente quer nossa participação ou não", afirmou o presidente nacional do PP, Álvaro Dias.
A Executiva vai analisar se o partido deve deixar o Conselho Político.
"Vamos definir se continuamos participando ou se o Conselho perde o seu objetivo com a criação do coordenador político", disse Dias.
O nome mais cotado para assumir o cargo é o do ex-senador José Richa (PSDB-PR), que se encontra nos Estados Unidos e deve retornar ao Paraná amanhã.
Dias negou que a possível saída do PP do conselho seja um veto ao nome de Richa, seu adversário. "Não é nada contra o nome. O problema é que, com a nomeação de um articulador, o Conselho Político perde o sentido de existir."
O líder do PP no Senado, Bernardo Cabral (AM), afirma que há insatisfação na Câmara. "O PTB, com 30 deputados, tem dois ministérios. Nós, com 39, não temos nenhum", argumenta.
Dias diz que preferia ver eliminado o processo de preenchimento de cargos por indicações políticas: "Este sistema foi mantido. Se esta é a regra, a exclusão de um partido causa desconforto".
O PP se reuniu pela primeira vez em dezembro para iniciar a negociação pelos cargos.
Em encontro com o então líder do PFL na Câmara, Luís Eduardo (BA), um dos deputados resumiu a intenção do PP: "Não queremos uma Mercedez, mas sim 20 bicicletas".

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