São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995 |
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PT propõe frente em defesa de monopólios
CLÁUDIA TREVISAN
O partido vai convidar para integrar o movimento o governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), e o ex-governador do Rio Leonel Brizola (PDT). O convite a Arraes será feito na quarta-feira em Pernambuco pelo presidente nacional do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Já está marcada uma manifestação para o dia 27 de abril. Também serão convidadas entidades da sociedade civil. As decisões foram tomadas ontem em São Paulo em reunião da Executiva Nacional do PT. O ex-deputado Aloizio Mercadante disse que as lideranças do partido na Câmara e no Senado vão articular a formação de uma bancada suprapartidária para discussão e votação das propostas de reforma constitucional. "Em outros partidos há uma série de pessoas que não concordam com as reformas neoliberais propostas pelo governo", afirmou. Além do PDT e PSB, o ex-deputado fez referência a setores do PMDB e do próprio PSDB, partido do presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, os parlamentares dos outros partidos serão procurados pelos integrantes da bancada do PT no Congresso. O ex-governador Orestes Quércia (PMDB) é uma das lideranças políticas que têm criticado as reformas propostas pelo governo. Mercadante disse que ele não será procurado, mas que o movimento estará aberto "a todas as forças políticas". As manifestações em defesa do monopólio e da Previdência não significam que o PT vá se posicionar contra todas as reformas. O partido defende, por exemplo, mudanças no sistema tributário e até na Previdência. Mas ainda não tem propostas definidas e concretas para nenhum dos temas. A posição do partido será fechadas na próxima reunião do Diretório Nacional, em 1º e 2 de abril. Na questão da Previdência, há uma emenda constitucional do deputado Eduardo Jorge (PT—SP) que tramita desde 93. Ela acaba com as aposentadorias especiais, define idade mínima de 60 anos para aposentadoria e teto de dez salários mínimos para benefícios. Mercadante disse que a emenda foi uma "iniciativa pessoal" de Jorge. Ou seja, ela não traduziu a posição da bancada do partido. A proposta de Jorge, segundo Mercadante, será agora discutida com a Central Única dos Trabalhadores e com entidades que representam aposentados. A decisão final será do diretório nacional. O PT propõe ainda uma reforma tributária que, em linhas gerais, valorize os impostos diretos sobre a renda e aumente a taxação da propriedade. O partido também vai apresentar uma proposta de combate à sonegação. Texto Anterior: Congresso usa grade para barrar ação anti-reforma Próximo Texto: Metalúrgicos fazem vigília Índice |
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