São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Ministro descarta proposta de reitores

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Paulo Renato Souza (Educação) descartou ontem a idéia de substituir o exame de estudantes após a faculdade por uma ampla avaliação das escolas.
A proposta é de reitores membros da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior), que se reuniram no final de semana em São Carlos (SP).
"Sempre defendemos a idéia de que o exame dos alunos seja um dos componentes de uma avaliação mais ampla das universidades", afirmou ontem à Folha.
Souza considerou positivo o fato de as universidades estabelecerem critérios e promoverem avaliações por conta própria. "Nós vamos fazer uma avaliação global, mas nada impede as universidades de ir além", disse.
A avaliação deste ano deve incluir apenas parte das instituições de ensino superior. Vai ser regulamentada por portaria depois que o Congresso aprovar a MP que prevê o exame ao final da faculdade.
O presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Antônio Diomário de Queiroz, 50, tem dúvidas sobre a capacidade do governo de realizar o exame ainda este ano.
"Queremos uma discussão ampla sobre avaliação universitária em vez de sermos tomados de surpresa por MPs", diz ele.
Serão precisos pelo menos cinco meses para preparar o exame caso se comece a fazer isso já, segundo o presidente da Fundação Cesgranrio, Carlos Eduardo Serpa, 53.
A instituição foi uma das que o ministro da Educação citou como habilitadas tecnicamente para desenvolver a aplicar o exame. Até agora, porém, não houve convite formal, segundo Serpa.
O exame ao fim do curso deve começar ainda este ano, em setembro ou outubro, para os estudantes que estiverem se formando em engenharia, direito e na área de saúde (cerca de 80 mil pessoas).
O ministro já decidiu acatar uma sugestão sobre o exame que não está prevista na MP: de que os estudantes possam refazer a prova caso tenham uma nota ruim.
A nota não influi no diploma: o aluno pode tirar zero e mesmo assim levar o diploma.
Se a escola quiser considerar a nota do exame como reprovatória vai ter que incluir esta regra em seu estatuto.

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