São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995 |
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Mercado cambial volta a ficar tumultuado
RODNEY VERGILI
Logo no início dos negócios voltaram a circular boatos da saída do diretor do Banco Central, Gustavo Franco. Uma agência internacional também informava que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, teria dito que a banda de variação entre R$ 0,88 e R$ 0,93 poderia ser alterada. A notícia foi desmentida pelo governo. As saídas financeiras de dinheiro para o exterior também provocaram alta nas cotações do dólar. O mercado trabalhou na sexta-feira com a hipótese de que esse intervalo de variação do câmbio duraria 12 meses. Os rumores fizeram com que houvesse insegurança entre os operadores e as cotações do dólar comercial para venda saíram de R$ 0,897 para até R$ 0,92, chegando a R$ 0,91 no fechamento. A instabilidade no câmbio agitou também o mercado de renda fixa. Os juros dos CDBs para 30 dias saltaram de 79,86% ao ano na equivalência da última sexta-feira para 81,90% ao ano ontem. No mercado futuro de juros (DI), a projeção de rentabilidade para este mês saltou para abril de 4,66% no dia anterior para 4,91%. Há expectativa no mercado financeiro de que a inflação de abril será maior do que a de março. O Banco Central não sancionou a alta dos juros do mercado financeiro. A taxa do over (negócios por um dia no mercado aberto) até mesmo caiu de 6,02% ao mês na sexta-feira para 5,97% ontem. A alta nos juros no mercado futuro e a boataria no câmbio provocaram baixa nos índices das Bolsas. O indicador da Bolsa paulista fechou com queda de 3,73% e o do Rio (Senn) caiu 3,8%. JUROS Curto prazo Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,152%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,97% ao mês, projetando 4,24% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 6,09% ao mês, projetando 4,38% no mês. As cadernetas que vencem hoje rendem 1,9748%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 48% e 83,50% ao ano. CDBs pós-fixados de 122 dias: 14,7% a 15,2% ao ano mais a variação da TR. Empréstimos Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,30% ao mês, projetando rentabilidade de 5,33% no mês. Para 30 dias (capital de giro): de 103% a 167% brutos ao ano. No exterior Prime rate: 9%. Libor: 6,38% AÇÕES Bolsas São Paulo: baixa de 3,73%, fechando com 28.700 pontos e volume financeiro de R$ 138,09 milhões. Rio: queda de 3,8%, encerrando a 13.726 pontos e movimentando R$ 16,49 milhões. Bolsas no exterior Nova York: o índice Dow Jones fechou a 4.083,68 pontos. Em Londres, o índice Financial Times encerrou a 2.381,80. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.129,96 pontos. DÓLAR E OURO Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,908 (compra) e R$ 0,910 (venda). Na última sexta-feira, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,888 (compra) e R$ 0,890 (venda). "Black": R$ 0,900 (compra) e R$ 0,915 (venda). "Black" cabo: R$ 0,905 (compra) e R$ 0,915 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,875 (compra) e R$ 0,915 (venda), segundo o Banco do Brasil. Ouro: alta de 1,35%, fechando a R$ 11,25 o grama na BM&F. Câmbio contratado O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês até o último dia 17 é positivo em US$ 374,65 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 3,563 bilhões. O saldo total (comercial e financeiro) está negativo no mesmo período em US$ 3,188 bilhões. No exterior Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a US$ 1,5835. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3968 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 89,32 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 382,90. FUTUROS No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 4,57% e para abril a 4,91% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 28.900 pontos, com queda de 5,25%. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para março fechou a R$ 0,924 e a R$ 0,957 para abril. Texto Anterior: BNDES libera 127% mais crédito em 95 Próximo Texto: Argentina busca acelerar empréstimos Índice |
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