São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Ministro nega mudança na banda

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

Pouco após chegar a Paris, ontem à noite, o ministro Pedro Malan negou ter afirmado que o câmbio é "fixo mas ajustável".
(AFt)

Folha - Segundo a agência Reuter, o sr. teria dito que o câmbio "é fixo mas ajustável".
Pedro Malan - Isso é mentira. Eu deixei claro que não iríamos nesse caminho. Nem câmbio fixo, nem totalmente flutuante, nem voltaríamos ao regime do câmbio indexado numa base diária.
Também não iríamos para câmbio fixo mas ajustável, no qual você mantinha o câmbio fixo por muito tempo e dava uma maxidesvalorização.
Eu disse que nós tínhamos optado por um sistema de bandas e que íamos aperfeiçoar este sistema.
Numa dessas reuniões, me perguntaram por quanto tempo. Eu disse: "O dr. Pérsio Arida e o dr. Gustavo Franco, ao serem confrontados com essa pergunta, responderam que a banda atual aí permanecerá por muito e muito tempo". Não afirmei que podemos mudar a qualquer momento e gerar essa inquietação no mercado.
Folha - O sr. disse que o governo tem uma "margem de flexibilidade".
Malan - Eu disse que nós optamos por reter uma margem de flexibilidade. Optamos por não adotar o sistema argentino de câmbio fixo, conselho da moeda, ou indexar o câmbio como antes, ou tê-lo totalmente flutuante. Optamos por um sistema de bandas. A essa busca desesperada de operadores de mercado —que estão querendo saber quando o governo vai mexer na banda de novo—, a resposta é: esta que está aí ficará por um longo período de tempo. Não me sinto nada obrigado a dizer quão longo, quantos meses ou anos será, porque não tem sentido. Na verdade, hoje é um chute. Ela ficará por muito e muito tempo onde está. Ponto.

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